(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente) |
Luiz Carlos dos Santos, de 68 anos, viúvo, residente no bairro Novo Jockey, em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense, e cadastrado no programa Cheque Cidadão, da prefeitura do município. Até aí, nada de incomum, não fosse seu atual endereço o Cemitério do Caju, quadra B-3, cova nº 12.163. Morto em 11 de outubro de 2015, Luiz Carlos é um dos nomes que constam como beneficiários do programa que está sob a mira Ministério Público Eleitoral e da Polícia Federal e que resultou na prisão do secretário municipal de Governo e ex-governador do estado Anthony Garotinho.
Luiz Carlos foi reinserido no programa em julho deste ano, período em que teria se iniciado a distribuição indiscriminada do benefício, levantando a suspeita do MPE e da PF. Ele havia sido excluído em um recadastramento após sua morte, mas retornou ao sistema. Nem a polícia nem assistentes do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) da Penha, por onde havia se cadastrado pela primeira vez, sabem informar se o valor de R$ 200 do benefício chegou a ser depositado e se alguém fez uso dele. A certidão de óbito informa que o beneficiário era viúvo e não possuía herdeiros.
Para o delegado da Polícia Federal de Campos, Paulo Cassiano, o fato configura uma de que a quadrilha agia sem os critérios de estudos sociais necessários, realizados pelas assistentes sociais que atuam nos (CRAS) do município.
— A falta de critérios para a inclusão de benefícios de maneira ilegal no Cheque Cidadão foi tão grosseira que incluíram um morto quase um ano após o óbito — ressaltou Cassiano.
Fonte: Extra