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Representantes da categoria na sede da Prefeitura / Foto: Josh |
Uma manifestação de carroceiros paralisou o trânsito de Campos na manhã desta terça-feira (19). O protesto interditou o Trevo do Índio, na BR-101, provocando congestionamentos na rodovia, além da Avenida Artur Bernardes e Nilo Peçanha.
A Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) estiveram no local. Ao perceber a aproximação, os carroceiros atearam fogo nos pneus. O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas, enquanto PM e PRF assumiram o controle do tráfego. Após a ação no trecho da rodovia, os manifestantes seguiram em direção à sede da Prefeitura. A reportagem apurou que representantes da categoria estão sendo ouvidos pela administração. A conversa é considerada como “positiva”.
A manifestação acontece um dia após a Prefeitura de Campos iniciar a convocação dos proprietários e condutores de Veículos de Tração Animal (VTA) para o cadastramento obrigatório, conforme estabelecido na Portaria Conjunta nº 001/2025, publicada no Diário Oficial da última sexta-feira (15). Desde o início da semana, o trânsito de carroças também passou a ser proibido em algumas vias do município.
O Chamamento Público, segundo a administração municipal, tem como objetivo regularizar a circulação desses veículos, garantindo segurança viária e bem-estar animal. Em julho, a Prefeitura já havia anunciado a realização de um censo dos trabalhadores que utilizam VTAs, previsto para ocorrer entre 18 e 29 de agosto, em atendimento a uma recomendação do Ministério Público Estadual (MPE).
O tema não é novo em Campos. Em 2019, o J3News relembrou que uma lei estadual de janeiro de 2016 já proibia o uso de animais para transporte em todo o Rio de Janeiro. Três anos depois, no entanto, carroças ainda eram vistas com frequência pelas ruas da cidade, gerando debates: de um lado, a defesa dos carroceiros que dependem da atividade para sobreviver; de outro, as reclamações sobre maus-tratos aos animais e os transtornos no trânsito.
Eduardo Barreto, representante dos carroceiros de Campos, afirmou que a categoria não pode ser impedida de trabalhar.
“A gente precisa trabalhar, temos filhos para criar e não podemos ficar parados. Eles falam de maus-tratos, mas quem cuida do animal somos nós. Gastamos com milho, ração, remédio, ferradura, tudo para manter bem o cavalo. O que queremos é uma solução. Não estamos aqui para saquear nada, estamos aqui para garantir o nosso sustento de forma digna. Só pedimos que alguém venha conversar com a gente”, afirmou.