terça-feira, 26 de agosto de 2025

“A adultização não acontece só nas redes”, alerta especialista


A coordenadora da Procuradoria da Criança e do Adolescente da Câmara Municipal de Blumenau, Adriana Laurentino Moreira, participou neste sábado (23), em São Paulo, da Conferência G5.2. Ela tratou sobre os riscos da adultização infantil, tema que voltou ao debate após denúncias de exploração de menores feitas pelo influenciador Felca.

Adriana destacou que a exposição precoce das crianças não está restrita ao ambiente digital.

– A adultização acontece também em músicas, filmes e até em conteúdos escolares. Sempre que a criança tem contato com algo que não corresponde à sua idade, sua inocência é ferida. Isso é uma forma de violência – disse ela.


Ainda segundo a especialista, os dados oficiais mostram apenas parte do problema, já que apenas 10% dos casos de violência contra crianças chegam a ser registrados. Isso indica que muitas vítimas sofrem caladas e sem assistência.

Ela também ressaltou a importância de capacitar professores e gestores escolares e até mesmo as igrejas, que muitas vezes não sabem como agir diante de denúncias de abusos. Para Adriana, as próprias crianças devem ser orientadas para reconhecer situações de violação de direitos e buscar ajuda quando necessário.

Mãe de três filhos, a coordenadora reforçou a responsabilidade das famílias.

– Tudo começa dentro de casa. Os pais precisam conversar com os filhos, usar uma linguagem adequada para cada idade e alertar sobre os riscos. Criança vítima de violência não pode ficar em silêncio – afirmou.

No encerramento, Adriana chamou a atenção para o envolvimento de toda a sociedade.

– Se queremos uma sociedade melhor, precisamos garantir que a próxima geração seja protegida. Nossas crianças são o maior patrimônio que temos – concluiu.