(Foto: Roque Navarro | Tribuna de Petrópolis) |
Uma revelação do ex-delegado da Polícia Civil do Espírito Santo, Cláudio Guerra, afirmou na última quarta-feira (23), em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, que militantes políticos contrários à Ditadura Militar foram mortos na Casa da Morte, que fica no Caxambu, em Petrópolis. Ele revelou também que os corpos foram queimados na Usina de Açúcar Cambaíba, em Campos dos Goytacazes.
Na ocasião, o ex-delegado reconheceu imagens de 19 vítimas, das quais 13, ele afirmou que foi o responsável por levar para a incineração em Campos. Cláudio confessou durante o depoimento que matou 5 ou 6 pessoas. Além disso, afirmou que o coronel Freddie Perdigão Pereira,que atuou na Casa da Morte e também no Doi-Codi, em São Paulo, foi o responsável por provocar o acidente que resultou na morte da estilista Zuzu Angel, em 1976.
A Tribuna de Petrópolis entrou em contato com a Comissão Nacional da Verdade a fim de obter mais informações sobre o depoimento de Cláudio Guerra, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição. Por telefone, a assessoria de imprensa informou que fornecer mais detalhes poderia prejudicar o andamento das investigações.
Ao todo, 24 militantes resistentes ao regime ditatorial foram levados para a Casa da Morte, no período de 1964 a 1985. Entre eles, constam os do advogado Aluisio Palhano, da professora universitária Ana Rosa Kucinski, do deputado Federal Rubens Paiva e do militar Walter de Souza Ribeiro. Apenas Inês Etienne Romeu sobreviveu.
Em março, o coronel reformado do exército, Paulo Malhães, disse para a Comissão Estadual da Verdade e para a Comissão Nacional da Verdade (CNV), a existência de um centro de tortura, utilizado por militares do regime militar, em Itaipava. Malhães morreu, aos 76 anos, no dia 25 de abril, em seu sítio em Nova Iguaçu, um mês depois de dar o depoimento.
Fonte: Tribuna de Petrópolis