O Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro – DRM fará o mapeamento de áreas de risco em Petrópolis. O anúncio foi feito pelo presidente do DRM, Luiz Cláudio Almeida Magalhães, em reunião com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, no dia 28 do mês passado. Na ocasião, a titular da 1ª Promotoria de Tutela Coletiva de Petrópolis, promotora de Justiça Zilda Januzzi pontuou a importância de ser feito o mapeamento de risco em Petrópolis, a fim de que sirva de base para planejamentos de mitigação de riscos na cidade. A promotora pontuou que Petrópolis é um dos municípios mais vulneráveis do Estado do Rio de Janeiro e lembrou o histórico de recorrentes desastres com grande número de óbitos e afetados.
O presidente do DRM informou ao Ministério Público a disponibilidade de R$ 13 milhões, destinados ao mapeamento de risco de Petrópolis. O presidente do órgão informou ainda que será necessário licitar o objeto do contrato na modalidade técnica e preço.
O secretário Municipal de Defesa Civil e Ações Voluntárias, Gil Kempers destacou durante a reunião que o mapeamento é fundamental para a revisão do plano de risco da cidade. A ideia é que o levantamento do DRM seja utilizado como base para a atualização do Plano Municipal de Redução de Riscos do município.
PMRR deveria ter sido atualizado até o início de outubro
Considerada fundamental, entre as ações preventivas para tentar estancar o histórico de mortes em consequências de desastres naturais em Petrópolis, a atualização do Plano Municipal de Redução de Riscos vem sendo cobrada pelo Ministério Público em audiências realizadas na 4ª Vara Cível de Petrópolis, desde março. No dia 4 de julho foi definido um prazo de 80 dias para que o município fizesse a atualização; mas, passados mais de 120 dias, o trabalho ainda não foi concluído.
Questionada pelo Diário, a prefeitura informou que “o Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR) está sendo atualizado, com foco na ampliação das ações de prevenção e aumento da resiliência, através da identificação, mapeamento e monitoramento de riscos, ameaças e vulnerabilidades”, disse a prefeitura em nota.
A atualização do PMRR se faz necessária, frente aos impactos dos temporais de 15 de fevereiro e 20 de março, que mudaram de forma drástica a configuração de risco nos bairros, ampliando as áreas de vulnerabilidade e, por consequência, o risco para os moradores. Antes das tragédias deste ano, o Plano Municipal de Redução de Risco já apontava a existência de 234 áreas de risco alto ou muito alto no município, o que corresponde a 18% do território da cidade – áreas de perigo em que viviam cerca de 47 mil pessoas.
O mapeamento das áreas de risco, feito por uma empresa contratada pela prefeitura, teve a primeira etapa concluída há 15 anos. Em 2007, o diagnóstico de áreas de risco e risco iminente existentes no primeiro distrito já apontava entre as áreas críticas, localidades adensadas nas quais vidas foram pedidas no temporal de 15 de fevereiro. Entre estes locais está o Morro da Oficina, onde pelo menos 93 pessoas morreram.
Em 2017 o levantamento foi ampliado e consolidou também dados dos demais distritos. Com isso, desde maio de 2017 o município tem um mapeamento dos cinco distritos (Centro, Cascatinha, Itaipava, Pedro do Rio e Posse) apontando onde famílias convivem com os riscos de deslizamentos, escorregamentos, desabamentos, inundações, entre outras consequências de desastres naturais.
fonte: Diário de Petrópolis