(Foto: Adriano Machado/Reuters) |
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), concedeu uma entrevista à revista "Veja", publicada na noite desta quarta-feira (15), na qual confirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) busca um substituto para o seu lugar.
Mandetta também descartou permanecer no cargo de ministro. Ele definiu os últimos 60 dias como uma "batalha" da qual está cansado. "Sessenta dias tendo de medir palavras. Você conversa hoje, a pessoa entende, diz que concorda, depois muda de ideia e fala tudo diferente. Você vai, conversa, parece que está tudo acertado, e, em seguida, o camarada muda o discurso de novo. Já chega, né? Já ajudamos bastante", disse.
O ministro da Saúde e o presidente da República tiveram divergências públicas nas últimas semanas, motivadas principalmente pelas políticas de isolamento social e pela restrição de Mandetta à adoção da hidroxicloroquina em pacientes com a COVID-19.
Questionado se a política de combate ao coronavírus deve mudar com a sua saída, o ministro defendeu que "o vírus se impõe", citando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Aliado do presidente Jair Bolsonaro, Trump passou a apoiar medidas de isolamento depois do agravamento da crise de saúde pública no país.
"Não sei, mas acho que o vírus se impõe. A população se impõe. O vírus não negocia com ninguém. Não negociou com o (Donald) Trump, não vai negociar com nenhum governo", afirmou. O ministro Luiz Henrique Mandetta diz que estará disposto a "ajudar quem entrar, se quiser nossa ajuda".
Sobre seu futuro político, ele negou que vá assumir o cargo de secretário de Saúde de um dos seus principais aliados, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). "Eu posso ajudar lá informalmente, como posso ajudar qualquer outro governo ou prefeitura", disse Mandetta, também cotado para assumir um cargo na gestão do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
O ministro da Saúde também disse que é cedo para pensar nas eleições de 2022. Natural do Mato Grosso do Sul, ele passou a ser cotado para a disputa do governo do seu estado natal. Uma hipótese que ele rejeita é a de voltar a ser deputado federal, cargo que exerceu até 2018.
Fonte: CNN Brasil