Com 10 vezes menos votos que 2014, a deputada federal Clarissa Garotinho (Pros) foi reeleita graças a votação de Otoni de Paula (PSC), que recebeu 120.498 votos e “puxou” a filha do casal Garotinho — ela recebeu 35.131 votos. Mas ela corre o risco de nem assumir o próximo mandato. O ex-prefeito de Maricá e presidente estadual do PT, Washington Quaquá, recorre ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir o registro de candidatura que foi negado pelo Tribunal Regional (TRE). Caso tenha uma decisão positiva, Quaquá entra na Câmara Federal e Clarissa deverá perder a vaga.
Washington Quaquá recebeu 74.175 votos e foi o mais votado da coligação PT-PC do B. Porém, teve o registro de candidatura indeferido pelo TRE por cinco votos a um. Mesmo assim, seu nome foi garantido nas urnas por meio de uma liminar concedida pelo TSE no último dia 16 de setembro.
Em princípio, páginas de Facebook publicaram que quem perderia a vaga seria o deputado reeleito Jean Wyllys (Psol). Porém, sites que fazem checagem de informações, como o Aos Fatos, e o Jornal do Brasil mostraram que Wyllys, apesar de ter sido o deputado federal eleito no Rio de Janeiro com o menor número de votos, 24.295, não corre risco. Quem perderia a vaga seria Clarissa, que recebeu 35.131 votos.
Isso porque, a coligação PT/PC do B ganha direito a uma vaga a mais na Câmara, enquanto a coligação PSC/Pros, a de Clarissa Garotinho, passaria a ter proporcionalmente menos votos e perderia direito a uma vaga, no caso, a dela, que foi a menos votada na coligação.
O quociente eleitoral é calculado a partir dos votos válidos (excluindo brancos e nulos), que é dividido pelo número de cadeiras em disputa.
Em rede social, Jean Wyllys falou sobre o assunto: “É falsa a ‘informação’ de que perdemos nossa cadeira na Câmara dos Deputados para a próxima legislatura. Não existe absolutamente nenhuma possibilidade de perdemos o nosso mandato, independentemente da situação jurídica e eleitoral de Washington Quaquá”, disse.
Quaquá comentou que está otimista quanto ao desenlace do processo: “Os detalhes jurídicos envolvidos não atingem critérios da lei da inelegibilidade. O mérito final não poderá ser outro que não a nossa vitória”.
Já Clarissa, procurada através da sua assessoria, não enviou resposta.