sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Putin agradece Trump por tom amigável e de cooperação em reunião


Em um dos encontros diplomáticos mais aguardados desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos recebeu Vladimir Putin na base militar de Elmendorf-Richardson, no Alasca, nesta sexta-feira (15). Após quase três horas de reunião, ambos classificaram o diálogo como construtivo, mas não anunciaram qualquer avanço concreto para um cessar-fogo na Ucrânia.

Putin afirmou que o diálogo com Washington está “atrasado” e poderia ter evitado o confronto iniciado com a invasão russa em 2022. Ele elogiou a disposição americana de buscar uma solução, mas deixou claro que Moscou não abrirá mão das áreas atualmente sob seu controle, que representam cerca de 20% do território ucraniano. O líder russo também advertiu Kiev e países europeus a não “torpedearem” qualquer avanço diplomático.


Trump, por sua vez, disse que houve “enorme progresso” nas conversas, sem detalhar o conteúdo. O republicano sinalizou que pretende manter contato com líderes europeus e ucranianos, e que poderá participar de futuras negociações, possivelmente com o presidente Volodymyr Zelensky à mesa. Ainda durante o encontro, Putin sugeriu que a próxima reunião ocorra em Moscou.


A cúpula, a primeira entre os dois desde a volta de Trump ao poder, quebrou o isolamento diplomático de Putin no Ocidente. Desde o início da guerra, o presidente russo esteve restrito a viagens a países aliados, como China, Bielorrússia e Coreia do Norte, em razão da ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional.

Apesar da aproximação pessoal entre os líderes, as divergências sobre a Ucrânia permanecem inalteradas. Kiev mantém a posição de que não aceitará perder territórios, enquanto Moscou reforça que não devolverá as regiões anexadas. Sem acordo, o conflito segue ativo, com bombardeios e ofensivas no leste ucraniano, enquanto Rússia e EUA dão os primeiros passos para uma nova etapa nas relações bilaterais.