Em um dos encontros diplomáticos mais aguardados desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos recebeu Vladimir Putin na base militar de Elmendorf-Richardson, no Alasca, nesta sexta-feira (15). Após quase três horas de reunião, ambos classificaram o diálogo como construtivo, mas não anunciaram qualquer avanço concreto para um cessar-fogo na Ucrânia.
Putin afirmou que o diálogo com Washington está “atrasado” e poderia ter evitado o confronto iniciado com a invasão russa em 2022. Ele elogiou a disposição americana de buscar uma solução, mas deixou claro que Moscou não abrirá mão das áreas atualmente sob seu controle, que representam cerca de 20% do território ucraniano. O líder russo também advertiu Kiev e países europeus a não “torpedearem” qualquer avanço diplomático.
A cúpula, a primeira entre os dois desde a volta de Trump ao poder, quebrou o isolamento diplomático de Putin no Ocidente. Desde o início da guerra, o presidente russo esteve restrito a viagens a países aliados, como China, Bielorrússia e Coreia do Norte, em razão da ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional.
Apesar da aproximação pessoal entre os líderes, as divergências sobre a Ucrânia permanecem inalteradas. Kiev mantém a posição de que não aceitará perder territórios, enquanto Moscou reforça que não devolverá as regiões anexadas. Sem acordo, o conflito segue ativo, com bombardeios e ofensivas no leste ucraniano, enquanto Rússia e EUA dão os primeiros passos para uma nova etapa nas relações bilaterais.