terça-feira, 25 de julho de 2017

Casas são demolidas na Comunidade da Linha e famílias transferidas para Morar Feliz

(Foto: Divulgação)
Vinte e oito casas da comunidade da Margem da Linha, em Campos, foram demolidas na manhã desta segunda-feira (24). As famílias às quais pertenciam as residências foram transferidas para o conjunto habitacional Morar Feliz, em Ururaí. A mudança foi definida após residentes entrarem em acordo com a Prefeitura para o reinício das reformas das construções por conta dos próprios moradores. As casas, que estavam prontas para serem entregues à população, tiveram materiais furtados e foram parcialmente destruídas.

Diretora do programa Morar Feliz, Regina Campista explicou que, inicialmente, o objetivo era demolir 32 casas enquanto outras 32, no conjunto Morar Feliz, estão passando por melhorias. Mas, devido à dificuldade financeira dos moradores, para a conclusão das reformas, o número foi reduzido para 28. “Tiraram caixa d’água, telha, porta, janela. Eles estão reformando com recursos próprios. Para os que conseguiram reformar, nós vamos dar toda a documentação hoje”, contou, ressaltando que, para os outros, os documentos serão entregues à medida em que as obras forem concluídas.

Até o momento, 468 famílias foram transferidas para Ururaí por meio do programa Morar Feliz. Para concluir esta etapa, faltam as 32 — totalizando 500 —, cujas futuras moradias estão em processo de reconstrução. O prazo para a transferência dos moradores que solicitaram a mudança para o conjunto habitacional será definido por eles e respeitado pelo governo municipal. “Foi um acordo deles com a secretária (de Desenvolvimento Humano e Social, Sana Gimenes), que falou com o prefeito”, esclareceu.

— Para as famílias, está sendo muito importante, tanto que partiu delas o desejo de ir para lá, mesmo depois de as casas terem sido saqueadas. Todos foram para o mesmo conjunto, onde estão os outros moradores. Vão ser vizinhos, como se o bairro tivesse sido transferido — ressaltou a subsecretária municipal de Desenvolvimento Humano e Social, Elma Coelho, que acompanhou, na manhã desta segunda-feira, a demolição das casas na Margem da Linha.

Segundo a secretária de Desenvolvimento Humano e Social, Sana Gimenes, a entrega foi decidida após uma reunião, onde os próprios moradores sugeriram fazer a mudança e arcar com as despesas de algumas reformas que faltavam para as entregues. “Apesar das dificuldades financeiras que o município tem passado e dos problemas judiciais que envolvem o Morar Feliz, estamos preocupados em oferecer condições mínimas para a habitação dessas famílias. As casas que foram entregues já estavam prontas desde o ano passado, mas foram depredadas ao longo do tempo. Então os moradores fizeram essa solicitação e nós observamos que faltavam alguns reparos que foram custeados pelos próprios moradores a pedido deles”, explicou.

Apesar da resistência de parte da população que vive na área, ela explicou que a negociação com o poder público começou pelos habitantes da comunidade, que, segundo ela, propuseram realizar a reforma. “A gente até sabe que, mesmo as casas estando prontas e sendo saqueadas, a Prefeitura poderia ter reformado. Mas, nas condições em que estamos, íamos demorar muito. Então, eles se prontificaram”, detalhou.

Morador da Linha há 45 anos, o servente Reinaldo Guimarães Rodrigues, 52 anos, contou que a mudança para Ururaí, que aconteceu há seis meses, tem pontos positivos e negativos. “Estamos gastando com a casa, que está toda destruída, só com ajuda dos familiares. Não tinha porta, janela, vaso. Eu que comprei e coloquei. Até os pisos foram danificados. Por outro lado, foi bom. Porque, aqui, não passa ônibus perto e, quando chove, tem muita lama. Lá, não. É tudo pista e fica mais tranquilo”, contou. A residência em que ele morava, na comunidade, foi demolida na manhã desta segunda.