quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Médicos da UPA de Guarus em Campos param por tempo indeterminado

A Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Guarus, em Campos dos Goytacazes, está sem os serviços médicos básicos por tempo indeterminado. Os profissionais de saúde decidiram cruzar os braços nesta quinta-feira (28) como protesto pelo atraso de pagamento dos salários que acontece há varios dias. A decisão aconteceu na quarta-feira (clique aqui). Esta não é a primeira vez que os médicos reclamam pela demora para receberem seus salários. No mês passado, aconteceu a mesma coisa. Pacientes de alto risco continuam sendo atendidos na unidade.

De acordo com a médica da UPA e presidente do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec), Maria das Graças Ferreira Rangel, o atraso dos salários prejudica muitos profissionais. Alguns trabalham apenas na Unidade de Pronto-Atendimento de Guarus.
Faixas e cartazes fazem parte do proptesto dos médicos

“Temos 44 médicos em regime de plantão na UPA. Nosso protesto é reivindicatório, pois precisamos dos salários. Enquanto não houver resposta por parte da Organização Social Insituto Lagos-Rio, que presta serviço à Secretaria de Estado de Saúde, a paralisação prossegue por tempo indeterminado”, explica.

Faixas e cartazes com mensagens de protesto foram colocados na entrada da UPA de Guarus. Integrante do corpo clínico da unidade, o médico Gustavo Batista Cunha se queixou. “Somos referência para atendimento de pacientes com suspeitas de Covid e todo o tipo de serviço para auxiliar o paciente. O atraso dos salários é inadmissível”, comenta.

De acordo com o Simec, não está interrompído o atendimento para casos de emergência vermelha e amarela (alto e médio risco). Esta é segunda paralisação em menos de uma semana na Upa de Guarus.

No último sábado (23), os profissionais médicos também pararam para protestar contra o atraso de salários (clique aqui). De acordo com o Simec, a responsabilidade pelo repasse do pagamento dos salários dos médicos é da Organização Social (OS) Instituto dos Lagos Rio, que administra a UPA-Campos.

No último fim de semana, os médicos publicaram um carta com esclarecimentos sobre a paralisação das atividades na UPA.

“Há muito, o corpo clínico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h-Campos) teve o seu vínculo empregatício rescindido, sem justa causa e, ao mesmo tempo, foi imposto ao mesmo o sistema de Pessoa Jurídica (PJ), que retirou dos médicos todos os direitos trabalhistas. A partir de então, mês a mês, passou o corpo clínico a fazer uma via crucis para receber sua remuneração mensal. Sendo decorridos quatro anos desta via crucis. Hoje, o corpo clínico da unidade passa necessidades econômicas para saldar os seus compromissos financeiros”, diz um trecho da nota.

A reportagem do Terceira Via obteve um posicionamento da Secretaria de Estado de Saúde no último sábado (23), quando os m´édicos decidiram parar as atividades na UPA de Guarus. A nota dizia o seguinte:

“A Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Subsecretaria de Atenção à Saúde, informa que o pagamento dos funcionários é imprescindível para o funcionamento das unidades. Cabe à Organização Social Lagos Rio o pagamento dos profissionais da UPA de Campos dos Goytacazes. De acordo com a OS, o atraso no pagamento é de três dias. A Secretaria de Estado de Saúde está em contato com a OS para que os salários sejam quitados o mais rápido possível. De acordo com a direção da UPA, a unidade está abastecida com medicamentos e insumos. Neste sábado, o coordenador médico e equipes foram deslocados para garantir o atendimento à população. Casos de urgência e emergência seguem sendo realizados.

A reportagem tentou informações com o diretor da UPA, Bruno Calil, mas não obteve retorno. A Organização Social Lagos-Rio tambem foi procurada, mas ainda não se manifestou.










Fonte: Terceira Via