segunda-feira, 8 de março de 2021

Lockdown não diminui transmissão de Covid-19, conclui estudo de Stanford

(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente)

Pesquisadores da Universidade de Stanford, na Califórnia, realizaram um estudo sobre os efeitos do lockdown em dez países e concluíram que “embora existam pequenos benefícios, não foi encontrado nenhum efeito benéfico, claro e significativo das medidas restritivas em qualquer país”.

Os dez países estudados foram Inglaterra, França, Alemanha, Irã, Itália, Holanda, Espanha, Coréia do Sul, Suécia e Estados Unidos. Deles, apenas a Coréia do Sul e a Suécia não implementaram o fechamento total nem a obrigatoriedade do “fique em casa”, por isso, serviram de comparação para os outros oito países. Ao todo foram realizadas 16 comparações. O que mais influenciou na realização do estudo foram os efeitos prejudiciais à saúde e à economia.

“Por causa de potenciais problemas causados pelo lockdown como fome, overdoses de drogas, aumento de doenças, falta do serviço de saúde, falta de vacinas, violência doméstica, problemas de saúde mental, aumento do suicídio e uma série de consequências econômicas, é cada vez mais reconhecido que os benefícios propostos pelo lockdown merecem um estudo mais cuidadoso”, justificam os pesquisadores.

O estudo divulgado em 24 de dezembro de 2020 também constatou que o número de mortos era sempre maior nos estados que adotaram o lockdown. Segundo o jornal The Sentinel, há uma grande disparidade de casos e mortes per capita nos EUA. Por exemplo, enquanto o Havaí tinha o menor número de casos por milhão de habitantes em 18 de janeiro deste ano, o Tennessee tinha o maior número. Nos dois estados, os governadores impuseram o lockdown.

Já os estados que não foram bloqueados como Arkansas, Iowa, Nebraska, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Utah e Wyoming tiveram mais casos por milhão de habitantes, mas tiveram 5% a menos de mortes. A taxa de sobrevivência nos estados não bloqueados também é um pouco melhor (98,8% vs. 98,3%).

Os estados que não foram fechados também perderam menos postos de trabalho. Segundo apurou o The Sentinel, “os dados de empregos de novembro de 2020 do Bureau of Labor Statistics mostram que eles [estados não fechados] perderam 3,2% dos empregos no setor privado em comparação com o ano anterior, enquanto os estados fechados perderam 6,1% dos empregos.

Em outubro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) condenou, pela segunda vez, o lockdown como método principal de controle do vírus chinês. Em abril do mesmo ano, o presidente da OMS, Tedros Adhanon já havia falado sobre o problema da pobreza e o do caos econômico por conta dos bloqueios do comércio.







Fonte: The Sentinel