quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Dentista é investigada pela polícia por práticas irregulares em procedimentos estéticos

(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente)

Em Campos, a Polícia Civil abriu inquérito contra a dentista Giselle Gomes. Ela foi acusada pelos crimes de estelionato, lesão corporal e exercício irregular da arte dentária. A profissional foi alvo de mandados de busca e apreensão em dois endereços. De acordo com a delegada da 134ª DP, Natália Patrão, 17 pacientes que teriam sido prejudicados pela dentista em procedimentos estéticos conhecidos como harmonização facial, registraram queixas.


Entre os problemas relatados pelas vítimas, Giselle Gomes estaria aplicando uma substância que não é absorvida pelo corpo, em vez de usar o ácido hialurônico, produto reconhecido e aprovado nessas sessões estéticas pela Vigilância Sanitária. A polícia apreendeu a quantia de R$67 mil em um dos endereços da acusada. Ela teve passaporte recolhido e não pode deixar o país, segundo a delegada.

“De acordo com as vítimas, elas foram induzidas por um marketing muito convincente no Instagram. Ela usava nomes de instituições como Universidade de Harvard e Sociedade Brasileira. Ela não é especialista pelo Conselho Federal de Odontologia em harmonização facial. Ela possui alguns cursos feitos em fins de semana em um toral de 86 horas. Ela aplicava um produto conhecido como PMMA (Polimetilmetacrilato), em vez de ácido hialurônico. O produto aplicado não é absorvível pelo corpo humano, o que pode resultar em danos graves à saúde. Para retirá-lo só por meio de cirurgia plástica. O ácido hialurônico custa em média R$450 o mililitro, já o PMMA custa em torno de R$30 a mesma medida”, comentou a delegada Natália Patrão.

A pedido do Ministério Público e do Poder Judiciário outras medidas cautelares foram tomadas em relação à acusada. De acordo com a delegada Natália Patrão, houve bloqueio de 100 salários mínimos por vítima. Ela é obrigada a comparecer mensalmente em juízo durante o inquérito. Giselle Gomes está temporariamente suspensa para exercer a profissão. As propagandas enganosas devem ser retiradas das redes sociais como o Instagram.

Entre os produtos apreendidos foram recolhidos pela polícia dois celulares, contratos de compra e venda de imóveis, além de vários produtos importados da China e da Coreia do Sul, além de produtos com validade vencida.

“O estelionato está caracterizado na aplicação do PMMA em vez de ácido hialurônico. O PMMA é liberado pela Anvisa, mas as pessoas foram enganadas em relação aos produtos. Desde 2016, a acusada realizava esse procedimento. Em média, ela atendia 50 pacientes por dia em seu consultório. Por enquanto não há mandado de prisão”, disse a delegada.

Caso seja condenada pelos três crimes, Giselle Gomes pode ser presa no período de três a 15 anos, de acordo com o Código Penal.












Com informações : Terceira Via