sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Crivella reúne funcionários da Comlurb, com ônibus oficiais, para pedir votos para filho

(Foto: Bernado Mello)
Funcionários da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) do Rio foram convocados, na noite de quinta-feira, para um encontro na quadra da escola de samba Estácio de Sá com o prefeito Marcelo Crivella e correligionários que são candidatos nessas eleições. O GLOBO foi ao encontro e presenciou ao menos dois ônibus da Comlurb buscando funcionários ao fim da reunião, fora de horário de expediente, por volta das 21h.

Segundo uma fonte ouvida pelo GLOBO, pelo menos outros três veículos da empresa pública, estacionados nas redondezas da quadra da Estácio, foram usados no transporte dos participantes da reunião, destinada a pedir votos aos candidatos do PRB. Além de Crivella, estavam presentes seu filho Marcelo Hodge Crivella, candidato a deputado federal, Alessandro Costa, candidato a deputado estadual, e Eduardo Lopes, candidato ao Senado.


A Prefeitura do Rio não havia respondido até a publicação desta reportagem. Em nota, a Comlurb nega que os funcionários tenham sido obrigados a participar do evento e o uso de veículos da empresa. E informa que o evento foi aberto ao público em geral e após o horário de serviço.

Aliado de Crivella, o senador Eduardo Lopes orientou servidores a pedir votos. O presidente estadual do PRB e candidato à reeleição pediu a assessores parlamentares do partido e a funcionários da prefeitura do Rio para marcar reuniões na própria casa para pedir votos e usar a "autoridade" do cargo com fins eleitorais.

O último desses encontros, realizados mensalmente, aconteceu na segunda-feira na sede do partido, em Benfica, Zona Norte do Rio. Em horário de expediente, às 9h30m, Lopes explicou a servidores públicos como deveriam fazer campanha, fora do gabinete e “com proatividade”, por sua continuidade no Senado — posto que alcançou como suplente de Crivella, que deixou o cargo após se eleger prefeito do Rio em 2016.

— Tem os que vivem daquilo que a estrutura político partidária dá, e, de repente, não mostram essa proatividade. Não têm esse engajamento, tanto o espontâneo quanto naquela tarefa que é dada para ser realizada — discursou Lopes, que completou o raciocínio, em outro momento do encontro: — Quem trabalha em gabinete tem suas questões de horário, que tem de ser respeitado. Mas fora do expediente, poxa, veste a camisa. Faz a reunião em casa.





Fonte: Extra | O Globo