terça-feira, 16 de maio de 2017

Presidente do Instituto Mão Amiga foi vítima de latrocínio

(Foto: Reprodução)
O delegado Geraldo Rangel, titular da 134ª DP/Centro, concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira(15) e afirmou que tudo leva a crer que o presidente Instituto Mão Amiga, Adriano Ferreira Machado, de 47 anos, foi vítima de latrocínio (roubo seguido de morte). E revelou um novo dado. Um dos principais acusados de autoria, Edson Baiano, de 24 anos, preso na manhã desta segunda-feira (15), não agiu sozinho.

Segundo o delgado, além de Baiano, mais dois viciados em drogas, um deles que estaria sendo tratado pela vítima, teriam participado do crime. O segundo suspeito, já com prisão temporária decretada é Lucas Moura (27) que, inicialmente, entrou no processo com testemunha e, logo após prestar depoimento, foi internado pela família numa clínica de dependentes químicos em Piraí, Sul Fluminense. Já o terceiro homem foi conduzido à 134ª DP no final desta segunda-feira para esclarecimentos, porque teria sido “visitado” pelos suspeitos, em sua casa no Parque Guarus, logo após o crime.

O delegado Geraldo Rangel explica que “prisão temporária serve justamente para isso, para que a Polícia possa trabalhar com mais calma e, se esses suspeitos estiverem soltos, podem atrapalhar as investigações. Mas o fato é que trata-se mesmo de um latrocínio e, inclusive, o Baiano confessou todo o crime e a culpa, dizendo que foi ele quem matou, enfiou a faca na vítima, entre outras informações”.

De acordo com investigações da Polícia, existem duas versões para o fato: Uma de que houve uma discussão entre Baiano e a vítima, por causa de um irmão do suspeito que está preso, gerando um bate boca e posterior crime. A outra versão é de que tudo aconteceu a partir da denúncia de Adriano, horas antes do crime, através das redes sociais, que um homem estaria rondando a entidade para roubar material de construção. Segundo a Polícia, toda essa história de um suposto homem na área pode ter sido premeditada pelo próprio suspeito do crime, que estaria subtraindo o material de construção do local.

O delegado Geraldo Rangel explica que no dia do crime estavam com a vítima somente Baiano e Lucas e que, segundo o próprio suspeito preso temporariamente, eles não estavam sob efeito de droga. O crime aconteceu por volta das 23h do domingo e somente por volta de meio dia de segunda-feira que o corpo foi descoberto. Os dois, Baiano e Lucas teriam ficado quase 12 horas em poder do corpo, dentro de casa, tendo entrado e saído do local do crime por duas vezes. Inclusive, na segunda-feira neste horário, o pedreiro da obra que está sendo feita ao lado da instituição chegou para trabalhar e eles teriam dito que Adriano não estava, porque tinha ido viajar, embora estivesse morto desde à noite anterior dentro de casa.

As duas saídas dos suspeitos após o crime foram para levar objetos que foram roubados na instituição para vender, além de comprar droga, usada dentro de casa, no local onde estava o corpo de Adriano. Baiano e Lucas têm passagem pela polícia por latrocínio. O terceiro homem que ainda está sendo ouvido tem passagem, Artigo 129, agressão a mulher.

RELEMBRE

Adriano foi morto com golpes de cavadeira, na última segunda-feira(08/05), na sede da ONG, na Rua da Paz, no bairro Novo Jóquei. O delegado dará uma coletiva às 16h para dar detalhes da prisão. A polícia ainda procura mais dois suspeitos.

Durante anos, Adriano viveu nas ruas de Belo Horizonte, e como andarilho veio até Campos. Aqui recebeu a oportunidade de se libertar do vício, e fez disso seu legado.

Com seu veículo Brasília, matou a fome de moradores de rua em Campos, e ofereceu a oportunidade de se libertarem do vício.

O instituto era ajudado e apoiado por muitas empresas, instituições religiosas e população.

Segundo a testemunha, o autor do crime estava na casa da vítima há apenas dois dias, pois era dependente químico e estava recebendo assistência. Na noite de ontem, houve uma discussão, e Baiano acabou matando Adriano a facadas.

Em seguida, outro dependente químico que estava na casa foi obrigado pelo assassino a usar um carro, modelo Brasília, de propriedade da vítima, para lhe dar fuga. A testemunha afirmou que Baiano colocou uma faca no seu pescoço, o obrigando a levá-lo a um ponto de Campos.

A Brasília foi encontrada no Pistão da Codim, em Guarus. No interior do veículo foi encontrado uma TV LG de 21 polegadas, um ventilador e um transmissor de microfone sem fio.






Fonte: Campos24horas