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| (Foto: Ralph Braz | Pense Diferente) |
A equipe de fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em parceria com o Ministério Público (MP), apreendeu, na tarde dessa sexta-feira documentos na secretaria de Desenvolvimento Social. De acordo com a 76ª Promotoria Eleitoral “foi expedido um mandado de busca e apreensão na secretaria de Desenvolvimento Social para apurar possíveis indícios de abuso de poder político e econômico envolvendo recursos do programa Cheque Cidadão em Campos”. Ao todo, quatro carros foram usados para levar a documentação. Os fiscais também passaram pelas sedes do Centro de Referência da Assistência Social (Cras). No último domingo os fiscais do TRE levaram fichas de cadastro em um galpão do PR.
Durante o período eleitoral não faltaram denúncias sobre possíveis irregularidades na concessão do benefício. Em entrevista à Folha, o vereador Nildo Cardoso (DEM) comentou sobre o assunto. “Eu denunciei a falta de critério. Tem gente com carro novo recebendo. Inclusive, informei que estou disponível para dar detalhes”, afirmou Nildo. Em junho, o vereador Marcão (Rede) chegou a falar em “compra de votos”. “Já estão distribuindo Cheque Cidadão para comprar votos por antecedência. Estou falando com todas as letras, pode me processar”, disparou o vereador Marcão na tribuna da Câmara. Os aliados do governo rebateram. “São inverdades. Eles estão desesperados e vão perder outra eleição”, afirmou Thiago Virgílio (PTC).
Galpão e Ozéias — No último domingo, uma ação da equipe de fiscalização do TRE apreendeu, em um galpão com adesivos de campanha do candidato a prefeito de Campos Dr. Chicão (PR) e do vice Mauro Silva (PSDB), fichas de cadastro de pessoas com os números de seus respectivos títulos eleitorais. A equipe chegou ao local no momento em que acontecia uma reunião. Advogado da coligação “Frente Popular Progressista de Campos”, Fabrício Ribeiro considera que não há nenhuma irregularidade no caso. Um dia depois, na última segunda-feira, o vereador Ozéias (PSDB) foi preso em flagrante por suspeita de compra de votos. Ele estava com R$ 27 mil e cadernos com anotações sobre cheque cidadão, cestas básicas e material de construção. Após pagar fiança, foi liberado.
Prefeitura — A secretaria de Desenvolvimento Humano e Social nega qualquer tipo de uso indevido do Cheque Cidadão Municipal e ressalta que “o programa é uma política pública de proteção social e de segurança alimentar instituída pela prefeitura desde 2009, e que segue os mesmos critérios adotados pelo governo federal com o Cad Único como o Bolsa Família”.
Fantasma da eleição de 2004 voltou a assombrar?
A denúncia sobre “indício de abuso” na concessão do Cheque Cidadão resgata o fantasma da eleição de 2004. Naquele pleito, que terminou na Justiça, duas máquinas entraram em ação (Estado e Prefeitura). Na ocasião, matéria publicada pelo jornal O Globo relata que, na reta final da disputa, o governo do estado, então comandado por Rosinha, distribuiu “Cheque Cidadão, cestas básicas, kits escolares e até casa por R$ 1”.
Três dias antes da disputa, fiscais apreenderam 238 cheques na casa de Cosme Rangel do Rosário, que seria aliado do casal Garotinho. Os cheques estavam guardados em envelopes com o timbre do governo do estado. Mesmo detido, Cosme deixou a casa aplaudido por partidários.
Na noite do dia 29 de setembro de 2004, dois dias antes do segundo turno, oficiais de Justiça flagraram na sede do PMDB dirigentes do partido distribuindo R$318 mil em espécie para cerca de 50 pessoas. Anthony Garotinho estava no lugar e alegou que o dinheiro era “todo certinho”. A denúncia sobre “indício de abuso” na concessão do Cheque Cidadão resgata o fantasma da eleição de 2004. Naquele pleito, que terminou na Justiça, duas máquinas entraram em ação (Estado e Prefeitura). Na ocasião, matéria publicada pelo jornal O Globo relata que, na reta final da disputa, o governo do estado, então comandado por Rosinha, distribuiu “Cheque Cidadão, cestas básicas, kits escolares e até casa por R$ 1”.
Três dias antes da disputa, fiscais apreenderam 238 cheques na casa de Cosme Rangel do Rosário, que seria aliado do casal Garotinho. Os cheques estavam guardados em envelopes com o timbre do governo do estado. Mesmo detido, Cosme deixou a casa aplaudido por partidários.
Na noite do dia 29 de setembro de 2004, dois dias antes do segundo turno, oficiais de Justiça flagraram na sede do PMDB dirigentes do partido distribuindo R$318 mil em espécie para cerca de 50 pessoas. Anthony Garotinho estava no lugar e alegou que o dinheiro era “todo certinho”.
Fonte: Folha da Manhã
