(Foto: Ralph Braz | Pense diferente) |
A Agência Nacional de Águas (ANA) prorrogou a redução temporária do limite mínimo à barragem de Santa Cecília, em Barra do Piraí, no Sul Fluminense, até o dia 30 de novembro. Com a medida, a vazão continua em 110m³/s, enquanto o normal é de 190m³/s. A resolução impacta diretamente toda a bacia hidrográfica e pode piorar a situação do rio em Campos e na região se não voltar a chover. Além do cenário desolador evidente com as ilhas e bancos de areia formados com o baixo nível, a situação deixa em alerta mais de 403 mil pessoas no Norte e Noroeste que dependem do abastecimento de água a partir do rio.
A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (30) e tem como objetivo garantir o abastecimento da região Metropolitana do Rio. O nível mínimo de 110m³/s está sendo mantido desde março. Além de Santa Cecília, também foram aprovadas a manutenção da vazão mínima abaixo da média em outros quatro reservatórios da bacia hidrográfica no Paraíba do Sul entre São Paulo e o Rio de Janeiro.
De acordo com a Defesa Civil, o nível do rio Paraíba em Campos está em 4,47m, segundo medição realizada nesta sexta. No dia 23 de setembro, a cota chegou a ser de 4,35m. De acordo com o diretor executivo da Defesa Civil do município, Edson Pessanha, a situação pode piorar. “Se não houver chuvas entre São Paulo e Rio de Janeiro, a situação pode ficar pior ainda. Já estamos em um momento bem crítico hoje”, disse.
O biólogo e ambientalista Aristides Soffiati chamou a atenção para a contribuição da população para o processo de seca. “Nós sofremos as conseqüências aqui dessas medidas. Mas não podemos colocar a culpa apenas na seca e na natureza. As estiagens estão mais severas e temos responsabilidade nisso a partir do momento em que desmatamos e alteramos o clima do planeta”, finalizou.
Fonte: Folha da Manhã