sexta-feira, 10 de julho de 2015

PESCA SOB RISCO NO LITORAL DE SÃO JOÃO DA BARRA

(Foto: Ralph Braz)
Principal atividade econômica de Atafona, a pesca está sob risco. Com o rio Paraíba do Sul perdendo força e o mar avançando, a geografia do Pontal tem se modificado e hoje já não permite que barcos passem pela barra — acesso ao mar — com facilidade. Por esse motivo, estiveram reunidos na foz do Paraíba, na manhã de quinta-feira (9), cerca de 50 pescadores e representantes do poder público municipal para tentar uma solução imediata. Alguns barcos, de maior porte, já não conseguem sair para alto mar. A solução, para os pescadores, seria a dragagem da barra.

Os secretários de Pesca, Meio Ambiente e de Obras participaram do encontro, articulado pela vereadora Sônia Pereira (PT). Marcos Sá, secretário de Obras, que já foi responsável pelo Meio Ambiente, se comprometeu em auxiliar na elaboração de um projeto que venha a solucionar o problema, além de buscar apoio com todas as esferas do poder público e com empresas do Porto do Açu, para buscar recurso. “Temos que ter um projeto. Iniciando os estudos, vamos pedir autorização aos órgãos competentes e buscar apoio”, explicou o secretário.

A classe pesqueira também reivindica a participação de empresas do Porto do Açu, de forma compensatória aos impactos do empreendimento na economia local. “O Porto teria que ter um plano de compensação para o pescador. O entreposto pesqueiro (em construção desde 2009) não serve para nada. Poderia parar o entreposto e priorizar essa dragagem”, afirmou o pescador Fabrício Santos. As autoridades se comprometeram em levar os questionamentos à Prumo Logística, assim como tentar agendar uma reunião entre representantes da empresa e a classe pesqueira.

A exigência dos pescadores é pela dragagem do local, aprofundando o canal de navegação. Uma das soluções viáveis seria a utilização de navios como os que aprofundaram os terminais do Porto do Açu.

A pesca é a principal atividade econômica de Atafona. O reflexo da impossibilidade do trabalho reflete imediatamente no comércio local. “O pescador está trabalhando no limite. Se não tiver uma solução, vamos ter que parar. E como ficam nossos compromisso?”, questionou o pescador Dail Silva.

Na quinta, pescadores e a Defesa Civil do município começaram a medir a profundidade em pontos estratégicos da foz.




Fonte: Folha da Manhã