(Foto: Ralph Braz) |
A ex-prefeita Carla Machado abordou sobre o orçamento do município de São João da Barra durante seu programa de rádio, na Difusora AM.
Segundo Carla, somente agora foi apontada crise no município de São João da Barra, pelo Prefeito José Amaro Martins de Souza - Neco (PMDB), o que ela acredita não ocorrer em virtude da queda de arrecadação e sim pela falta de planejamento o mandatário.
A receita do município no orçamento de 2015 foi superestimada, aumentando R$ 87 milhões se comparada a realizada em 2014. Um outro erro da administração, foi não ter feito o contigenciamento necessário quando da divulgação da queda do valor do barril de Petróleo ocorrida em novembro de 2014. Em entrevistas concedidas pelo prefeito, este falava desconhecer a crise e afirmava que em São João da Barra isso não passava de uma 'marolinha' e que havia governado os dois primeiros anos com mãos de ferro.
"Havia muita tranquilidade e todos acreditávamos, pois o ISS aumentou com o embarque de minério de ferro e a produção de petróleo também havia aumentado no poço de Roncador. Como muitas obras que deixamos não foram concluídas e havia sido deixado para a atual administração 87 milhões de reais, acreditamos que ainda deveria existir grande parte desse recurso financeiro. Se arrecadou quase um bilhão de reais nesses dois anos e meio de gestão e não houve, nesse período, quase INVESTIMENTO nenhum, acreditávamos existir reserva financeira. Hoje sabemos de uma outra realidade, onde o governo suspende programas sociais importante", disse Carla.
É importante ressaltar os vários gastos excessivos que foram feitos pela Gestão Neco, dentre os quais, pagamento de mais de quatro milhões de reais só de cachê de cantores nacionais neste ano de 2015, além de contrato recente com uma Organização Social para a área de saúde custando em torno de três milhões de reais mensais e, também, foram gastos mais de cinco milhões de reais com sonorização e iluminação cênica.
Carla Machado acrescentou: "Foram gastos mais de sete milhões de reais com geradores, trios elétricos e a continuação de nomeações até hoje de cargos de confiança para a administração. Além disso, não foi feito um contigenciamento do orçamento diante da crise que se anunciou em novembro, ou seja, o governo não acompanhou o crescimento real da receita nos últimos anos, superestimando o orçamento de 2015", disse.
No ano de 2011, a arrecadação total de São João da Barra foi de R$ 338.887.707,78. Em 2012, teve um aumento de R$ 18.041.699,45, fechando em R$ 356.929.407,23. De 2012 (último ano do Governo Carla Machado) para 2013 (primeiro ano da Gestão Neco), a receita cresceu em R$ 35.737.762,13, totalizando R$ 392.667.169,36. Em 2014 teve um aumento de R$ 44.435.362,32 e a arrecadação foi de R$ 437.102.531,68. Considerando esses aumentos nesses 04 anos, a média de aumento de receita que deveria ser prevista para o orçamento de 2015 era de R$ 32.738.274,96, entretanto, o Governo Neco errou e superestimou o Orçamento de 2015, tendo esse ficado em R$ 524.451.265,03. Ou seja, um aumento estratosférico de R$ 87.348.733,35 com relação ao ano de 2014, cerca de 54 milhões maior do que deveria ter sido.
"A arrecadação desse ano não será ruim, na pior das hipóteses, fechará o ano entre R$ 380 a R$ 400 milhões, valor superior ao que nós arrecadamos em 2012 com todos os programas sociais e obras acontecendo. Não existirá uma grande perda se comparada a arrecadação do ano passado. Para mim, a maior crise é da ineficiência, da falta de um planejamento sério que contemple as prioridades da população, principalmente as dos mais carentes", finalizou Carla.
É importante frisar que nomeações de integrantes do time de futebol Juventus Açu, bem como de radialista, entre tantos outros, seguem validadas na Prefeitura de São João da Barra, cujos salários variam até R$ 10 mil mensais. Também não houve corte de até 25% nos contratos da Prefeitura, conforme anunciado por Neco. As obras do município seguem paralisadas e há obras paralisadas desde a saída do governo anterior, em 31 de dezembro de 2012. Postos de saúde 24 horas foram fechados, ficando em funcionamento em horário comercial, além de outros que sequer foram abertos.
O vice-prefeito, Alexandre Rosa, de forma consciente, pediu para que o Prefeito Neco não cortasse o Cartão Cidadão, que põe comida na mesa do povo mais humilde de São João da Barra. Para manter o programa funcionando, Alexandre sugeriu a Neco que cortasse os salários dos dois, além de secretários e nomeados da Prefeitura.
"Começa cortando o seu salário, começa cortando o meu de vice-prefeito, porque eu não estou nem aí para isso não. Corte dos secretários, dos nomeados", sugeriu Alexandre.
Fonte: Portal OZK