(Foto: Servidor Municipal Campos) |
Cerca de 500 professores da rede municipal de ensino de Campos se reuniram em uma assembleia na noite desta quarta-feira (20) e decidiram continuar a greve até esta sexta-feira (22). O encontro foi no auditório da antiga Cedae, que ficou lotado. Na sexta-feira (22), às 15h, a categoria vai fazer uma assembleia na Praça São Salvador e um ato público, onde haverá nova avaliação sobre o movimento e a discussão de novos rumos. Segundo a professora Graciete Santana, a greve permanece com os professores nas escolas e o ponto sendo assinado.
“Vamos continuar conscientizando pais e alunos sobre a situação da má estrutura das escolas e condições dos profissionais. A categoria insiste no reajuste salarial e a proposta do governo com o plano de saúde gerenciado pelo Siprosep não foi aprovada”, comentou Graciete.
Professores criticaram escolas em microfone aberto
A reunião teve microfone aberto no qual professores de várias escolas denunciaram problemas do dia a dia. Entre as reclamações estavam: má estrutura física das unidades de ensino, número insuficiente de profissionais e acúmulo de função. “O governo diz que está tudo lindo nas escolas. Alguém trabalha em escola linda aqui?”, perguntou o professor Helmar Oliveira, seguido de um grito de ‘não’ dos outros professores.
A professora Odete Rocha se manifestou sobre a proposta de abono e gratificação oferecida pela prefeitura. “Eles nos oferecem abono e gratificação, mas isso é penduricalho que colocam e tiram a hora que querem. Isso não é salário”. Após a fala dela, todos os professores presentes gritaram por greve.
Outro tema abordado no encontro foi o gasto da prefeitura com a contratação da empresa Expoente para a distribuição dos materiais didáticos, enquanto o Governo Federal fornece material gratuito.
“O tempo todo a prefeitura fala da crise do petróleo, como se isso fosse desculpa para tirar o que é nosso por direito. Então falamos dos livros da Expoente, que custam milhões e, nós professores, somos contra este gasto. Eu trabalho em uma escola onde faltam profissionais e ainda sofro com goteira na minha sala, mas tem o livro caro da Expoente. Não queremos este livro, queremos melhor estrutura nas nossas escolas e queremos saber quem ganha com isso”, disse a professora Luciana Ecard.
Apoio dos pais dos alunos ao movimento
Como incentivo ao movimento, a professora Odisséia Carvalho citou o apoio que os professores estão recebendo dos responsáveis pelos alunos. “Tenho quase 30 anos de magistério e nunca vi uma greve tão vitoriosa como a nossa. Foi lindo chegar nas escolas e ver os pais dando apoio total ao movimento. Foi lindo ver a força que nós educadores temos. Precisamos pensar agora nos riscos que uma greve prolongada tem e ter coragem e continuar firmes e mobilizados”, disse a professora.
Vereador fala sobre plano de saúde
O vereador Dayvison Miranda pediu para falar na assembleia e explicou que ele e o vereador Alexandre Tadeu, ambos do PRB, votaram a favor dos servidores quando a questão do reajuste salarial foi posta em votação na Câmara de Vereadores. Ele explicou ainda a proposta que o partido fez à prefeitura.
“Nós sabemos que os profissionais precisam de um plano de saúde e fizemos uma proposta ao governo municipal para que os profissionais recebessem um auxílio-saúde, como já funciona com o auxílio-alimentação. O valor de cerca de R$ 150 entra na conta e o profissional contrata o plano que quiser”, comentou Dayvison.
Os profissionais foram contra a sugestão e uma das diretoras do Sepe, Norma Dias, explicou que o assunto vai ser discutido mais detalhadamente em breve.
Reivindicações – Os professores estão reivindicando Plano de Cargos e Salários total, reajuste salarial, reposição das perdas salariais, condições dignas de trabalho, retorno do Plano de Saúde e vale-transporte, que estão suspensos há quatro meses, para todos os servidores; Auxílio Alimentação no valor de R$ 500; redução da carga horária em 1/3; e a incorporação da gratificação nos salários dos profissionais.
Fonte : Terceira Via