terça-feira, 26 de maio de 2015

RECUSA DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS ATINGE QUASE METADE DAS FAMÍLIAS

(Foto: Ralph Braz)
Uma longa, crescente e silenciosa fila se forma em diversos cantos do país. São 18.818 pacientes à espera de um rim e um total de 105 mil em diálise. Segundo dados atuais da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), os números das doações de órgãos nos três primeiros meses de 2015 caíram em comparação com o mesmo período do ano passado.

A recusa da família em doar coração, córnea, fígado, pâncreas, pulmões ou rins continua sendo o maior empecilho para reduzir esse pesadelo e representa 43% dos casos. Para agravar mais esse quadro, também a quantidade de potenciais doadores teve queda de 1,4%.

Vamos aos números: nos primeiros três meses de 2015 foram feitos 1.862 transplantes - sendo 1.305 de rim, o equivalente a 70%. Os transplantes renais caíram 7,6%, sendo que 20,3% da baixa foram de doador vivo – a menor em 20 anos - e 3,4% de doador falecido.
Ainda segundo o relatório, os transplantes de córneas também acompanham a tendência de queda – de 7% em relação a 2014, mas de 21% em comparação com 2012.

Os números se comportam de maneira positiva somente em relação aos transplantes de pulmões (19% a mais) mas que podem ser explicados pelo pequeno número de transplantes feitos e pela adoção recente deste tipo de intervenção.
Os números relativos a transplante cardíaco apresentaram queda de 1%, enquanto os de pâncreas também caíram: 24%. 

O número de procedimentos para a substituição de fígado caiu 0,7%: as cirurgias com doador vivo aumentaram 9% e, com doador falecido, caíram 1,6%.
A dor da perda – por alguém com um coração, duas córneas, um fígado, um pâncreas, dois pulmões e dois rins – dificulta que a longa, crescente e silenciosa fila do pesadelo se desfaça.





Fonte: Terceira Via