(Foto: Ralph Braz) |
A recusa da família em doar coração, córnea, fígado, pâncreas, pulmões ou rins continua sendo o maior empecilho para reduzir esse pesadelo e representa 43% dos casos. Para agravar mais esse quadro, também a quantidade de potenciais doadores teve queda de 1,4%.
Vamos aos números: nos primeiros três meses de 2015 foram feitos 1.862 transplantes - sendo 1.305 de rim, o equivalente a 70%. Os transplantes renais caíram 7,6%, sendo que 20,3% da baixa foram de doador vivo – a menor em 20 anos - e 3,4% de doador falecido.
Ainda segundo o relatório, os transplantes de córneas também acompanham a tendência de queda – de 7% em relação a 2014, mas de 21% em comparação com 2012.
Os números se comportam de maneira positiva somente em relação aos transplantes de pulmões (19% a mais) mas que podem ser explicados pelo pequeno número de transplantes feitos e pela adoção recente deste tipo de intervenção.
Os números relativos a transplante cardíaco apresentaram queda de 1%, enquanto os de pâncreas também caíram: 24%.
O número de procedimentos para a substituição de fígado caiu 0,7%: as cirurgias com doador vivo aumentaram 9% e, com doador falecido, caíram 1,6%.
A dor da perda – por alguém com um coração, duas córneas, um fígado, um pâncreas, dois pulmões e dois rins – dificulta que a longa, crescente e silenciosa fila do pesadelo se desfaça.
Fonte: Terceira Via