(Foto: Marco Oddone/ Tribuna de Petrópolis) |
O turismo de Petrópolis teve queda de 95% por causa da greve dos servidores do Museu Imperial. Pelo menos, é o que afirma o guia de turismo, José Pedro Soares. O problema é grande já que a Casa de Veraneio da Família Imperial é a principal atração turística da cidade, recebendo entre mil e 3 mil visitantes todos os dias. Só esta semana, cerca de 40 grupos de turistas cancelaram a vinda à cidade, segundo informação da Associação dos Guias de Turismo de Petrópolis.
O vice-presidente da associação, Adriano Augusto Pereira, diz que a situação é grave. Ele afirma que houve uma perda muita grande no turismo e isso tem prejudicado o trabalho dos guias, que dependem da vinda de turistas à cidade. “São muitos grupos cancelando. Essa semana consegui atender alguns grupos, mas poucos e, mesmo assim, é uma situação chata porque eles ficam frustrados em não visitar o Museu Imperial”, lamentou.
Em assembleia realizada ontem, no Rio de Janeiro, os servidores decidiram pela permanência da greve, que há 11 dias mantém os portões do Museu Imperial fechados. reivindicações da classe são as mesmas de dez anos atrás, quando uma paralisação interrompeu todas as atividades por 100 dias: reajustes salariais, implantação de um Plano de Cargos e incorporação de gratificações.
Enquanto isso, os 39 servidores do Museu continuam em greve. Por conta disso, explica José Pedro, os guias de turismo estão sentindo na pele os efeitos da paralisação. Ele afirma que “quando os turistas ficam sabendo que o Paço Imperial está fechado à visitações, acabam desistindo de vir à cidade e adiando para outra oportunidade”.
Já a também guia de turismo e presidente da Cooperativa Petropolitana de Turismo (Coopetur), Gláucia Vieira Andrade afirma que não houve alteração no número de turistas atendidos pela cooperativa, mas que os visitantes saem frustrados. “Como atendemos grupos sem agendamento, não percebemos diferença no número de turistas, mas existe uma frustração muito grande daqueles que já estão na cidade e descobrem que não podem visitar o museu”, informou.
Até agora, nenhum acordo foi firmado entre os profissionais da cultura e os Ministérios do Planejamento e da Cultura. Por conta disso, a greve continua. Outras paralisações ocorreram em 2007 e 2011, acumulando promessas não cumpridas. O Plano Especial de Cargos da Cultura e Gratificação Específica de Atividade Cultural, que seria instituído pelo projeto de Lei 11.233, de 2004, é um exemplo de proposta que nunca saiu do papel. Em todo o Brasil, 30 instituições permanecerão de portas fechadas até que um acordo seja feito. Só no Rio de Janeiro, a greve atinge a 18 museus, institutos e escritórios do Ministério da Cultura.
Fonte: Tribuna de Petrópolis