Nos Estados Unidos, uma pesquisa do instituto IBISWorld revelou que o faturamento com remoção de tattoos aumentou 440% na última década. No Brasil, a rede Pró-Corpo calcula que a procura pelo tratamento aumentou 40% do primeiro semestre de 2014 para o de 2015. Outro sinal: clínicas que parcelam o pagamento de sessões em até 12 vezes e os destaques nos sites de compras coletivas (“Remoção de tatuagem já não é mais impossível com os descontos do Groupon”).
O custo de uma aplicação de laser (que, atenção, só pode ser feita por um profissional de saúde habilitado) fica em torno de R$ 300. Já o número de sessões depende do tamanho e da “idade” do desenho, do tipo de tinta e até da parte do corpo — nas costas sai mais fácil do que no antebraço, por exemplo. O tipo de laser utilizado também influi: os mais novos “quebram” a tatuagem em cada vez mais pedaços, menores e mais fáceis de serem absorvidos pelo corpo.
— Com a tecnologia atual, o tempo de retirada de uma tatuagem caiu pela metade. A pele do local fica praticamente sem danos e é possível apagar completamente cores que antes não saíam, como verde e amarelo — diz a dermatologista Christiane Gonzaga, que há um ano trocou o laser Elektra pelo Spectra e aguarda a chegada ao Brasil do aparelho Picosure, cujos raios quase indolores duram picossegundos (trilionésimos de segundo).
Boa parte das tatuagens apagadas é de iniciais, nomes e referências diversas a antigos amantes — um arrependimento clássico entre celebridades e reles mortais. A atriz Deborah Secco removeu do pé a frase “Falcão: amor eterno, amor verdadeiro”. A cantora Kelly Key tirou um Latino sem camisa da canela. Já a decoradora Carla Vidal pintou uma borboleta por cima do nome do ex no pulso e lamenta não ter partido direto para a remoção.
A cor da pele também influencia: quanto mais clara for, mais eficaz é a remoção. É como se o laser “achasse” o pigmento com mais facilidade pelo maior contraste entre a tinta e a pele. Quando soube desta vantagem, Hirlene Souza, que se define como “muito clarinha”, se animou. Podia apagar de vez a tattoo rejeitada desde que foi feita, quando era adolescente.
Fonte: O Globo