(Foto: Reprodução) |
Segundo o Boletim de Ocorrência, registrado na 145ª Delegacia Legal de São João da Barra, a Polícia Militar chegou ao local por volta das 08h30, e os agentes foram informados que em um momento de descuido, Vanilson Gomes Monteiro, de 52 anos, teria se pendurado em um cabo de aço, em um momento de descuido, quando bateu um vento e o lançou em direção ao mar, onde caiu junto às pedras. A perícia teria sido acionada, mas não localizou o corpo e nem periciou o local do acidente. Somente quando a maré baixou o Corpo de Bombeiros Militar teria conseguido localizar e retirar o corpo do trabalhador da água.
Ainda segundo a ocorrência feita na 145ª Delegacia Legal de SJB, o perito entrou em contato com o delegado de plantão e informou que somente foi possível ver os pés da vítima e que por isso não teria periciado o local, o que impossibilitou também um laudo do acidente.
Conta ainda no registro, que os fatos da ocorrência foram narrados pelos policiais militares que estiveram no local, e não levaram testemunhas à delegacia. O inspetor responsável teria entrado em contato com o RH da empresa, que se comprometeu a encaminhar o operador de guindaste e outro colega de trabalho para posteriormente comparecerem à unidade policial e prestar o devido depoimento.
Segundo o presidente do Sticoncimo, o sindicato, que seria responsável por fiscalizar as condições de trabalho a que os funcionários estavam expostos no momento do acidente foram impedidos de entrar no Porto. Ele disse ainda que a entidade tomou conhecimento do fato através de um encarregado e que chegaram na portaria do empreendimento por volta das 06h, quando teriam sido informados por uma funcionária que se identificou como gerente da Anglo American, que a empresa não autorizava a entrada de representantes do sindicato no local.
De acordo com Eulálio, Vanilson trabalhava como sinaleiro rigger, auxiliando o operador de guindaste a manobrar a carga no píer, e teria sido lançado em alto mar, a uma altura de cerca de seis metros, depois de um golpe de vento. O presidente não acredita que o trabalhador tenha se pendurado irresponsavelmente, em um cabo de aço e disse, que mesmo que o tivesse feito, deveria haver um “cipeiro” no local para informar a um técnico de segurança do trabalho que impediria a ação do funcionário.
Além disso, segundo Eulálio, Vanilson não estaria usando colete salva-vidas e não estaria preso a cabo guia, que evitaria sua queda no mar. Ele questionou ainda a inexistência de grades de proteção no píer e o fato dos policiais militares não terem conduzido o operador de guindaste para prestar depoimento na delegacia, o que ficou sob responsabilidade da empresa, que ainda não o fez.
“Ele era a pessoa que sinalizava para o ‘guindasteiro’, onde vai deixar a carga, em qual posição, então ele tem que estar solto, mas ele tem que estar atrelado a um cabo guia. Esse cabo guia não existia à volta. Outra coisa que o companheiro falou aqui, e que é certo. Onde estava o colete salva vidas? Ali é obrigatório trabalhar assim. Isso são situações que a empresa impediu a nossa entrada por que sabia que nós iríamos pontuar”, disse Eulálio, que revelou ainda que o jurídico do sindicato deve requisitar outros documentos, além do registro de ocorrência para formalizar um processo em que a empresa deverá responder criminalmente pelo acidente.
Fonte: Ururau
Fonte: Ururau