A investigação contra o médico cardiologista, preso por maus-tratos a cães e gatos em Arraial do Cabo (RJ), ganhou contornos ainda mais perturbadores após uma declaração feita por ele no momento da prisão.
Autoridades envolvidas na operação afirmaram que o médico disse espontaneamente que não apenas consumia a carne dos animais mantidos em sua casa, mas também os preparava e servia a amigos. As informações são do jornal O Dia.
“Disse que preparava os animais e servia aos amigos. […] Se isso também aconteceu, já é mais um agravante na pena e no que ele vai ter que responder dos fatos e do que ele deixou acontecer na própria vida dele mesmo”, relatou uma das fontes ao jornal.
O imóvel do médico, localizado no bairro Canaã, permanece interditado para perícia. No local, outros cães eram mantidos em condições insalubres, cercados por fezes, urina e alimentos estragados. Quatro gatos também foram encontrados trancados no banheiro da suíte, nas mesmas condições. Além disso, os policiais apreenderam maconha e anestésicos.
A operação foi realizada após denúncia anônima, com mandado expedido no domingo anterior, e contou com apoio de várias secretarias municipais e da 132ª Delegacia de Polícia de Arraial do Cabo.
O médico permanece preso e, por enquanto, responde por maus-tratos a animais, conforme a Lei de Crimes Ambientais. No entanto, a polícia aguarda laudos técnicos que poderão confirmar ou não a prática de canibalismo e distribuição de carne dos animais, o que pode configurar novos crimes, incluindo riscos à saúde pública.