O jantar que prometia ser regado à política fluminense, entre o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), e o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PP), foi cancelado. A reunião, prevista para a última quarta-feira, foi suspensa a pedido do próprio Rodrigo Bacellar, que também preside o União Brasil no estado. Uma nova data já está sendo agendada, o cenário político segue em compasso de espera.
Nos bastidores, o encontro vinha sendo tratado como simbólico. A aliança entre União Brasil e Progressistas, firmada recentemente em Brasília, acendeu o alerta de que os dois grupos políticos poderiam ensaiar um reencontro após caminhos divergentes. A curiosidade em torno do que sairia, ou sairá, dessa conversa não é pequena. Há quem torça pela reaproximação, embora não se tenha sinais ainda para esse desfecho.
Rodrigo Bacellar e Wladimir Garotinho não são apenas figuras centrais da política, são também velhos conhecidos. A amizade que nasceu na juventude se entrelaça à história de duas famílias com DNA político. Ao longo dos últimos anos, ambos construíram trajetórias sólidas, Bacellar se consolidou como articulador nos bastidores e líder do Legislativo fluminense, enquanto Wladimir, com base popular forte, comanda a maior cidade do interior do Estado.
Já Wladimir Garotinho vislumbra outros caminhos. Pode disputar uma vaga para retornar à Câmara Federal. mas também não esconde ambições maiores. A esperança de uma candidatura ao Senado não está fora do radar, e a quem aposte ainda em uma possível indicação para compor a chapa do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), como vice-governador.
O tabuleiro está longe de estar definido. As peças se movem, as articulações ganham corpo e os jantares, ainda que adiados, continuam sendo ferramentas importantes no xadrez político. A dúvida que paira é se Rodrigo e Wladimir vão, de fato, jogar juntos.
Fonte: Coluna do Leandro Nunes