segunda-feira, 12 de maio de 2025

Jantar com Wladimir é adiado a pedido de Rodrigo Bacellar


O jantar que prometia ser regado à política fluminense, entre o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), e o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PP), foi cancelado. A reunião, prevista para a última quarta-feira, foi suspensa a pedido do próprio Rodrigo Bacellar, que também preside o União Brasil no estado. Uma nova data já está sendo agendada, o cenário político segue em compasso de espera.


Nos bastidores, o encontro vinha sendo tratado como simbólico. A aliança entre União Brasil e Progressistas, firmada recentemente em Brasília, acendeu o alerta de que os dois grupos políticos poderiam ensaiar um reencontro após caminhos divergentes. A curiosidade em torno do que sairia, ou sairá, dessa conversa não é pequena. Há quem torça pela reaproximação, embora não se tenha sinais ainda para esse desfecho.

Rodrigo Bacellar e Wladimir Garotinho não são apenas figuras centrais da política, são também velhos conhecidos. A amizade que nasceu na juventude se entrelaça à história de duas famílias com DNA político. Ao longo dos últimos anos, ambos construíram trajetórias sólidas, Bacellar se consolidou como articulador nos bastidores e líder do Legislativo fluminense, enquanto Wladimir, com base popular forte, comanda a maior cidade do interior do Estado.


Os sonhos políticos, porém, podem se cruzar ou colidir. Rodrigo Bacellar já é considerado, nos corredores do poder, o “governador em potencial”, independentemente de eleição. Com os entendimentos em curso entre Cláudio Castro (PL) e seu vice, Thiago Pampolha (MDB), a presidência da Alerj o coloca como nome natural para assumir o Governo do Estado, caso os titulares deixem os cargos, um em busca do Senado e o outro de malas prontas para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Mais que isso, Bacellar é o nome de um bloco de forças que tem Castro e que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, mirando o Palácio Guanabara.

Já Wladimir Garotinho vislumbra outros caminhos. Pode disputar uma vaga para retornar à Câmara Federal. mas também não esconde ambições maiores. A esperança de uma candidatura ao Senado não está fora do radar, e a quem aposte ainda em uma possível indicação para compor a chapa do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), como vice-governador.

O tabuleiro está longe de estar definido. As peças se movem, as articulações ganham corpo e os jantares, ainda que adiados, continuam sendo ferramentas importantes no xadrez político. A dúvida que paira é se Rodrigo e Wladimir vão, de fato, jogar juntos.






Fonte: Coluna do Leandro Nunes