domingo, 31 de janeiro de 2021

Em Campos, pais e professores são contra a volta das aulas presenciais


Dúvidas e insegurança têm sido um sentimento misto predominante entre pais de alunos quanto ao plano de volta às aulas anunciado pelos governos municipal e estadual para este mês de fevereiro. Por enquanto, os gestores tem pautado suas decisões pelas aulas não presenciais ou "híbridas" (revezamento de alunos). Pais de alunos e professores têm se posicionado pelas aulas remotas não presenciais. O secretário municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, Marcelo Feres, já anunciou que o início das atividades letivas começará no modelo não presencial. Fontes da prefeitura informaram ao Campos 24 Horas que o secretário anunciará como vai ocorrer a distribuição de conteúdo e material como apostilas para o ensino remoto, além de formas de acesso a internet aos alunos. O anuncio será feito em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, dia 1º. Já o governo estadual anunciou a retomada das aulas presenciais, cabendo aos pais decidirem se vão enviar ou não seus filhos para as escolas.

"Eu sou favorável às aulas não presenciais. Porque, por mais que se tente, é muito difícil controlar crianças quanto ao uso de máscaras e o distanciamento. A gente quer a volta às salas de aulas? Claro que sim. Até porque o ensino remoto ou o distanciamento da escola prejudica a criança. Mas sem a vacinação dos professores e outros profissionais das escolas, fica difícil. A criança é assintomática e pode transmitir ao pai, a mãe ou aos avós", ponderou a advogada Patrícia Alves.

Mãe de uma aluna de 10 anos, Patrícia lembra que a preocupação abrange todas as faixas etárias. "O que mais se vê por aí é jovem ou adolescente sem máscara ou sem manter distanciamento", completa. 

Na última sexta- feira, numa reunião do Conselho Municipal de Educação, o secretário Marcelo Feres anunciou que o plano de retorno às aulas será de forma não presencial. Serão 208 dias letivos neste ano até o dia 17/12. 

Já o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho havia anunciado no início desta semana que iria ocorrer um revezamento de alunos. Porém, o sistema híbrido anunciado pelo prefeito não chegou a ser confirmado. O motivo pelo qual o sistema híbrido não foi confirmado será esclarecido numa coletiva de imprensa nesta segunda-feira (01). 

Pais são contra o retorno das aulas presenciais- Mãe de duas filhas adolescentes, a secretária Ana dos Santos também defende as aulas não presenciais e demonstra preocupação com o futuro. "Eu fico preocupada. A pandemia tem prejudicado não só o aprendizado, mas a sociabilidade delas. Tenho pensado seriamente em recorrer a um psicólogo. Mas hoje, sem segurança, medo de expor minhas filhas. Por enquanto, prefiro mesmo as aulas remotas", avaliou. 

Como os professores pensam

Na reunião do Conselho Municipal de Educação, o Sindicato Estadual dos Professores (Sepe/Campos) reiterou sua posição contra as aulas presenciais na rede de ensino em Campos, sem vacinação dos profissionais de educação. “O posicionamento do Sepe é claro desde o início. Não é possível o retorno às aulas presenciais até que sejam vacinado todos os profissionais da educação. Em vários municípios não deu certo. O caso mais notório é o de Manaus, onde professores e alunos foram contaminados após o retorno presencial. A nossa sugestão é para que o secretário Marcelo Feres interceda junto ao prefeito Wladimir Garotinho para que as aulas presenciais sejam realizadas, mas que antes os profissionais da educação sejam vacinados -- disse a coordenadora do Sepe, Odisseia de Carvalho. 

Os pais de alunos estão ansiosos pela definição de um calendário para o ano letivo, lembra Odisseia, mas querem uma margem de segurança ao deixar seus filhos na escola. "Criança ou adolescente age muito por impulso, não tem como controlar. Ainda mais neste isolamento social, há muito tempo sem vir a escola. Vai querer abraçar o colega, é muito difícil".









Com informações Campos24horas