Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito presidente de Portugal, segundo projeções divulgadas após o fechamento das urnas na noite deste domingo (24), no encerramento da votação no continente, na Ilha da Madeira e também na região autônoma de Açores.
Projeções apontam que Rebelo terá entre 57% e 62% dos votos, o que elimina a necessidade de um segundo turno, de acordo com a emissora RTP e o jornal "Diário de Notícias", que citam sondagem da Universidade Católica.
Já a SIC Notícias teve uma sondagem própria, realizada por ICS/ISCTE/GFK Metris, que indica de 55,5% a 60,5% dos votos para o atual presidente.
Rebelo, de 72 anos, chegou a sofrer uma queda nas pesquisas de intenção de voto, especialmente após o agravamento da pandemia de Covid-19 no país nas últimas semanas.
Mas, aparentemente, funcionou seu apelo para que se evitasse mais três semanas de campanha, levando a decisão a um segundo turno, e os eleitores acreditaram em sua promessa de transformar o combate ao coronavírus em prioridade máxima.
A socialista Ana Gomes aparece como a segunda mais votada, com 13% a 16%.
O populista André Ventura, do partido de extrema-direita Chega, fica em terceiro lugar, com 9% a 12%. Ventura, de 38 anos, abusou de comentários misóginos contra suas duas rivais mulheres na disputa e fez duras ameaças às minorias, principalmente contra ciganos.
Sete candidatos concorriam à presidência, mas havia oito candidatos no boletim de voto. Isto porque que um dos concorrentes, Eduardo Baptista, o primeiro da lista, não se qualificou, mas acabou incluído na versão final do documento. Os boletins foram impressos antes da Comissão Nacional Eleitoral dar seu parecer sobre a regularização das candidaturas, de acordo com a RFI.
Em Portugal, o chefe de Estado não tem poder executivo, mas pode dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas em caso de crise política. Rebelo de Sousa conviveu até agora sem maiores atritos com o primeiro-ministro socialista, António Costa, que deu apoio oficioso à sua reeleição.
Abstenção
O medo da Covid-19 provocou um grande índice de abstenção, mas não um recorde, como chegou a ser previsto. O número de eleitores a comparecer aos centros de votação ficou abaixo do registrado em 2016, mas acima do número de 2011. O voto não é obrigatório em Portugal.
Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, até às 16 horas, 35,44% dos eleitores tinham votado. Nas últimas eleições presidenciais, em 24 de janeiro de 2016, à mesma hora, esse número era de 37,69%. Em 2011, foi de 35,16%.
No total, a estimativa era de que 60% a 70% dos eleitores desistissem de votar, mas esse número pode ter sido entre 50% e 69%, segundo as projeções.