sexta-feira, 20 de julho de 2018

Estado do Rio já confirmou sete casos de sarampo


O estado do Rio já confirmou sete casos de sarampo desde junho, sendo cinco na cidade do Rio e dois em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Todos são alunos da Faculdade de Direito da UFRJ e os casos estão relacionados ao episódio da estudantes de 21 anos, diagnosticada com a doença no mês passado, após retornar dos Jogos Jurídicos, que aconteceram em Petrópolis, na Região Serrana. Além disso, outros 33 casos estão sendo investigados no estado.

De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, as amostras foram analisadas pela Fiocruz, laboratório de referência do Ministério da Saúde.

No dia 3 de julho, a Secretaria municipal de Saúde realizou ação de vacinação de bloqueio no campus da Faculdade de Direito da UFRJ.

A proteção contra o sarampo faz parte das vacinas tríplice viral e tetra viral. Conforme calendário de vacinação do Ministério da Saúde, essas vacinas estão disponíveis nos postos de saúde para crianças entre 12 e 15 meses. A cobertura vacinal contra a doença para crianças de 1 ano no estado é de 95% e na capital, 107%. Esta primeira dose da vacina alcança uma taxa de proteção de 93%. Mas é com o reforço, dado aos 15 meses, com a vacina tetra viral, que a taxa sobe para 97%. Essa margem de 3% a 7% de falha é o que explica casos de pessoas vacinadas que pegaram sarampo, como suspeita a universitária carioca, que foi o primeiro caso confirmado no Rio. As secretarias estadual e municipal de Saúde não informaram a cobertura vacinal da tetra viral.

Quem tem hoje até 26 anos de idade tem grandes chances de estar imunizado com as duas doses da vacina, porque esse esquema foi adotado em 1992. Até então as crianças recebiam uma dose única. Por isso, quem tem mais de 26 anos, provavelmente precisa tomar a segunda dose da vacina. Devem ser vacinadas as crianças de até 1 ano e adultos de até 49 anos que não tenham sido imunizados. Aqueles que tomaram as duas doses da vacina não precisam tomar nova dose.

“ Para garantir uma boa proteção contra a doença é fundamental a aplicação da segunda dose, que pode ser com a tetra viral ou com a tríplice e a dose da catapora em separado” diz a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Balalai.

O Ministério da Saúde só não recomenda vacinação para quem tem mais que 49 anos porque estima-se que 95% das pessoas nessa faixa etária já tiveram a doença na infância, portanto não correm risco de ter novamente.

Segundo dados do Ministério da Saúde, até a última segunda-feira, foram confirmados 677 casos de sarampo no Brasil. Existem dois surtos: no Amazonas, com 444 casos; e em Roraima, com 216. Também foram registrados casos no Rio Grande do Sul (8), em São Paulo (1), e em Rondônia (1).

Além disso, outras 2.724 ocorrências ainda estão sendo investigadas, a maioria delas (2.529) no Amazonas. Ainda há casos em investigação em Roraima (160), Rio de Janeiro (33) e Rio Grande do Sul (2).

De acordo com o ministério, o genótipo do vírus é igual ao que circula na Venezuela, o que levou à conclusão de que o surto foi importado. A pasta diz que está acompanhando a situação e prestando os apoios necessários aos estados.

Em 2016, a doença foi considerada erradicada em todo o país. A cobertura vacinal ideal para que não haja surtos deve ser de 95%. No entanto, a cobertura em 2017 ficou abaixo da meta, alcançando somente 83,9% na primeira dose (tríplice viral), e 71,5% na segunda dose (tetra viral).








Fonte: Extra