segunda-feira, 31 de outubro de 2016

De quanto em quanto tempo devemos comer


Esta é uma questão que ouço de maneira recorrente! É tão comum quando aquela pergunta: afinal, quem veio primeiro o ovo, ou a galinha, sabem?! As pessoas de pronto já chegam com a máxima: “devo comer de três em três horas”. Agora, isso realmente tem algum impacto para o organismo? Será mesmo?

Há muitos defensores desta periodicidade como uma espécie de “lei da boa alimentação”, inclusive colegas médicos e nutricionistas. Vamos sair desta caixinha, ok!?

Primeiramente, comer de três em três horas é sim um bom recurso para aquelas pessoas que estão iniciando um novo estilo de vida, com práticas alimentares e exercícios que antes não faziam parte do cotidiano. Para este período de readaptação e mudanças de atitude, ter rotinas como está de se alimentar de tempo em tempo, ajudará a ter persistência e não ceder a tentações de comer fora de hora, ou pior: cair numa compulsividade alimentar e colocar tudo a perder que propôs. Nestes casos, aderir a esta “modalidade” é bom. Honestamente, é apenas isso que se pode tirar proveito.

Vamos a alguns pontos importantes para que compreendam melhor: Devemos comer quando temos fome. Se você me responde: mas eu tenho fome sempre, é uma questão de identificar os gatilhos e buscar equilíbrio corpo, mente e espírito. É controle, mente sã, perseverança, sobretudo! A maioria das pessoas já sente fome ou irritação quando passa cerca de 3 horas sem comer. Mas, neste momento, metabolicamente falando, você ainda está no estado “alimentado”, ou seja, seu corpo ainda está processando os alimentos consumidos na última refeição. Há ainda energia não utilizada oriunda da última vez que você comeu, e você já está com fome. Como isso é possível? Simples. A forma com que comemos todos os dias “ensina” ao nosso corpo quando (a que horas) esperar por comida, e mesmo que tipos de comida esperar.

A fome verdadeira é algo difícil de explicar, e que provavelmente nenhum de nós jamais experimentou. Nós sentimos a angústia de não poder comer na hora que desejamos ou o desapontamento de não poder comer aquilo que desejamos, mas Fome, mesmo, é reservada para aqueles que passam semanas sem poder comer direito e não têm certeza se e quando poderão comer novamente. Infelizmente, isso é mais comum do que imaginamos. Em outros países, sim… mas aqui no Brasil – no nosso solo. Repensem mesmo se o que sente é vontade ou realmente fome!

A maioria das pessoas já sente fome ou irritação quando passa cerca de 3 horas sem comer. Mas, neste momento, metabolicamente falando, você ainda está no estado “alimentado”, ou seja, seu corpo ainda está processando os alimentos consumidos na última refeição. Há ainda energia não utilizada oriunda da última vez que você comeu, e você já está com fome. Como isso é possível? Simples. A forma com que comemos todos os dias “ensina” ao nosso corpo quando (a que horas) esperar por comida, e mesmo que tipos de comida esperar.

Isto é diferente da fome crônica, na qual desaceleramos para não morrer. Há estudos que comprovam a observação de um aumento do metabolismo basal com jejum de até 72 horas, e isso são três dias sem comer! Já em outro documento, voluntários que praticaram jejum intermitente em dias alternados durante 22 dias não apresentaram nenhuma redução de seu metabolismo. Ou seja, o metabolismo não depende muito do que você come ou deixa de comer, e sim de sua quantidade de massa magra (músculo), sendo que o que irá manter seu metabolismo basal alto é a musculação.

Faz parte do genoma humano há mais de dois milhões de anos. O homem da era paleolítica levava dias pra caçar um javali. Hoje levamos minutos pra pedir um lixo industrializado. São centenas de anos de comportamento alimentar saudável oriundo da caça e da pesca, sem sedentarismo, com exposição ao sol… E não estava incluído comer de três em três horas! Não se andava com uma barrinha de cereal na cintura! A chegada da era neolítica mudou os hábitos, que passaram a ser de plantio e cultivo, deixando aquela característica nômade, mas o nosso genoma ainda é o mesmo. Então essa “evolução” trouxe comportamentos diferentes. Começamos a permitir lixos alimentares, emocionais e espirituais. Escolhas erradas começaram a ativar o gatilho de genes ruins que estavam adormecidos. Acordamos para uma vida baseada no estresse em sentimentos negativos e comer só porcarias industrializadas.

Já parou para pensar que isso pode ser mais uma jogada da Indústria para aumentar seu faturamento? Pense quantas refeições prontas ou semi-prontas, lanchinhos, snacks, que podem ser consumidos pela ampla maioria da população, se essa seguir de forma cega uma orientação assim… Mas de forma prática, para a saúde, já temos indícios fortes de que isso é mais um engano.

Isso abriu espaço para a indústria farmacêutica dizer que não há problema nenhum em tomar ansiolíticos. Esse processo se intensificou nos últimos 50 anos. E aí profissionais de saúde mal informados, com incentivo das empresas de medicamentos, ao invés de lhe passar opções viáveis para perder peso com saúde, acabam prescrevendo um inibidor de apetite qualquer.

Busquem especialistas para acompanhar, por isso sempre digo que uma equipe multidisciplinar, com visão holística do ser humano e de suas peculiaridades, pode direcionar o melhor caminho para uma reeducação alimentar e um novo estilo de vida!







Fonte: Blog do Dr Barakat