quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Até morto foi inscrito no Cheque Cidadão

(Foto: Divulgação | Ascom PMCG)
Ao deflagrar mais uma operação que investiga o uso irregular do Cheque Cidadão em troca de votos, o delegado da Polícia Federal Paulo Cassiano informou que até uma pessoa morta foi inscrita como beneficiária durante o período eleitoral, o que demonstraria que os critérios sociais pré-estabelecidos foram totalmente ignorados.

A “Operação Chequinho”, desdobramento da “Vale Voto”, foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (19). Os vereadores Ozéias (PSDB) e Miguelito (PSL) foram presos pela Polícia Federal, junto a outras seis pessoas que estariam “agenciando” esse cadastramento. Isso driblaria os critérios de inscrição da Assistência Social, já que a inclusão era feita direta no sistema, sem nenhum procedimento. “Identificamos pessoas da mesma família recebendo, pessoas fora do perfil. Identificamos até pagamento a uma pessoa morta. Cadastraram uma pessoa morta para receber o Cheque”, disse o delegado.

Ainda segundo Cassiano, Miguelito e Ozéias se envolviam pessoalmente no suposto cadastro irregular de beneficiários do programa social. Inclusive, informou o delegado, documentos eram entregues no gabinete de Miguelito à sua esposa. Todos que procuraram os vereadores teriam recebido o benefício sem passar pelos critérios de avaliação recomendados.

Paulo Cassiano salientou que os outros presos podem ter ligação com outros candidatos a vereador do grupo governista neste ano, não apenas os presos nesta quarta. “Todas as pessoas que cooperaram com a investigação estão tendo a necessidade da prisão reavaliada. Há a possibilidade eminente de que novos cabos eleitorais sejam presos. Os vereadores vão para penitenciária hoje”, afirmou Cassiano.

Como o blog na Curva do Rio, da jornalista Suzy Monteiro, salientou, os dois vereadores presos são réus nas Aijes que investigam o “escandaloso esquema” da troca de Cheque Cidadão por votos. No entanto, de acordo com Cassiano, as investigações da PF identificaram 39 candidatos suspeitos de participação no suposto esquema – número superior ao das Aijes, que têm como réus 37 candidatos do grupo rosáceo, além da Aije principal (Rosinha, Chicão, Mauro Silva, Ana Alice Alvarenga e Gisele Koch).

Em setembro, na primeira fase da “Vale Voto”, foram presas a então secretária de Desenvolvimento Humano e Social Ana Alice Alvarenga e a então coordenadora do programa Gisele Koch.








Fonte: Blog do Arnaldo neto | Blog an Curva do Rio | Blog do Bastos