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Ao invés do panelaço esperado, pessoas contratadas pela empresa REX, braço da EBX de Eike Batista,
panfletaram a favor do projeto (Fotos: Douglas Shineidr / Jornal do Brasil)
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O panelaço para protestar contra o projeto de revitalização da Marina da Glória, elaborado pela REX, um dos braços da EBX do empresário Eike Batista, dona da concessão da Marina, acabou majoritariamente em panfletagem a favor do anteprojeto, já pré aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A manifestação ocorreu na tarde desta quinta-feira (28), em frente ao Glória Palace Hotel, outro projeto de reforma tocado por Eike.
Os organizadores do protesto, apesar de minoritários, têm sérios motivos de preocupação, como relatou o secretário do Conselho Comunitário da Glória, Jorge Mendes. Para eles, “é muita falta de transparência. Antes foi o hotel (Glória Palace Hotel, comprado por Eike em 2008), agora querem mexer com a Marina da Glória. O que vai ocorrer se este projeto for adiante é uma degradação, pois diversos eventos anuais que ocorrem no local comprovam que não dá para aumentar o tráfego de veículos na região da Marina”, criticou Mendes.
Mendes lançou uma carta aberta, que podia ser assinada por quem quisesse durante o protesto, e, segundo ele, será enviada à ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT), e ao Iphan, em Brasília.
Em um trecho do documento, foram citadas palavras de Paulo Santos, relator do processo de tombamento do Parque do Flamengo, de 1965, do qual faz parte a Marina da Glória, para dar respaldo às reivindicações.
“O conjunto deverá ser preservado, ‘não só para que não seja alterado no seu traçado pelas administrações futuras, como para ser convenientemente conservado. (...) O perigo maior consiste na inclusão futura na área ajardinada, de pavilhões de diversão, restaurantes, cinemas,e quejandas edificações, como assim bustos de figuras nacionais e etc, inclusão que, tendo a justificá-la o interesse prático ou cívico das iniciativas, poderá sacrificar irremediavelmente a beleza do conjunto’”, diz o trecho da carta.
Justamente o que pretende o projeto de Eike Batista.
Fonte: Jornal do Brasil
