O ex-presidente Jair Bolsonaro foi levado novamente ao centro cirúrgico nesta segunda-feira (29), no hospital DF Star, em Brasília, para a realização de um novo procedimento com o objetivo de conter crises persistentes de soluço. A intervenção consiste no bloqueio anestésico do nervo frênico esquerdo, considerado uma etapa complementar do tratamento iniciado no fim de semana.
Bolsonaro está internado desde a última semana, quando passou por uma cirurgia de correção de hérnia inguinal bilateral. No entanto, após o procedimento, voltou a apresentar episódios recorrentes de soluço, acompanhados de elevação da pressão arterial e dificuldade para dormir, o que levou a equipe médica a adotar novas medidas.
No sábado, os médicos já haviam realizado o bloqueio do nervo frênico no lado direito. Apesar disso, segundo boletim divulgado no domingo, o ex-presidente apresentou nova crise durante a madrugada, o que reforçou a necessidade de avançar para o segundo bloqueio, já previsto no plano terapêutico.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro informou pelas redes sociais que o procedimento desta segunda-feira já estava programado como parte da estratégia médica. De acordo com a equipe responsável pelo acompanhamento, o ex-presidente encontra-se estável e, no momento do último boletim, sem episódios de soluço.
O bloqueio do nervo frênico é indicado em casos específicos de soluços refratários, quando não há resposta satisfatória ao tratamento clínico com medicamentos. O nervo é responsável por comandar os movimentos do diafragma, músculo essencial para a respiração. Ao reduzir temporariamente a condução dos impulsos nervosos, o procedimento busca interromper as contrações involuntárias que provocam o soluço.
Os médicos esclarecem que o bloqueio não provoca paralisia permanente nem compromete de forma definitiva a respiração, sendo uma medida temporária e controlada. Em alguns casos, como o de Bolsonaro, o tratamento é realizado de forma bilateral para permitir uma avaliação mais precisa da resposta do organismo.
As crises de soluço são atribuídas a complicações decorrentes da facada sofrida por Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018, que resultaram em alterações no trato gastrointestinal e em episódios recorrentes de difícil controle clínico ao longo dos anos. A equipe médica segue monitorando a evolução do quadro após o novo procedimento.
