quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Homem morto por policial na Pelinca não tinha registros de acolhimento em Campos


Um homem ainda não identificado morreu na tarde desta quarta-feira (10) após ser baleado por um policial militar do programa Segurança Presente na região da Pelinca, em Campos dos Goytacazes. A ocorrência foi registrada em uma das áreas comerciais mais movimentadas da cidade e mobilizou equipes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da operação municipal.

Segundo o Segurança Presente, a equipe foi acionada por um popular que relatou que o homem estaria quebrando carros e ameaçando pessoas com uma faca e um objeto metálico pontiagudo. A situação teria começado na Avenida 28 de Março e continuado a pé até a Pelinca, onde ocorreu a intervenção policial.

O coordenador do programa, capitão Luciano Tavares, afirmou que o policial atirou após o homem avançar contra ele. As imagens da câmera corporal foram recolhidas e, segundo o coordenador, indicam que a ação teria ocorrido dentro dos parâmetros operacionais.

Durante o episódio, uma mulher que passava pelo local foi atingida levemente por estilhaços e recebeu atendimento médico.


Informações apuradas  junto à Prefeitura de Campos indicam, de forma preliminar, que o homem não era considerado pessoa em situação de rua atendida pelos serviços municipais. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social informou que não há registros de acolhimento vinculados à vítima nos programas de assistência. A pasta segue realizando levantamentos adicionais para verificar se, em algum momento, o homem recebeu atendimento psicológico ou psiquiátrico, diante de relatos iniciais que apontam para um possível surto no momento do ocorrido. Existe ainda a possibilidade de que ele tenha chegado recentemente à cidade ou fosse oriundo de outro município, hipótese que permanece em análise.

A reportagem buscou informações com a assessoria de comunicação do Segurança Presente, da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, da Polícia Civil, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e da Comissão de Direitos Humanos da OAB. Todos os e-mails foram enviados e o Ururau Notícias aguarda os posicionamentos oficiais.

A sociedade e a imprensa também acompanham a eventual disponibilização das imagens captadas pelas câmeras de monitoramento da via pública, que registraram parte do deslocamento e do comportamento do homem antes da intervenção policial. Em casos anteriores na cidade, esse tipo de material só foi liberado após análise técnica, conclusão de perícia ou decisão expressa da autoridade policial responsável. Outras informações, como laudos periciais, histórico de atendimentos públicos e a identificação formal da vítima, poderão ser divulgadas conforme os trâmites legais e o avanço da investigação.

O caso está sendo investigado pela 134ª Delegacia de Polícia do Centro.