sábado, 13 de dezembro de 2025

"O Norte e Noroeste são estratégicos" diz Tainá de Paula em agenda na região


 Vereadora licenciada Tainá de Paula(PT) atualmente é secretária de meio ambiente da Prefeitura do Rio de Janeiro. Recentemente, ela esteve em Campos e região para uma série de encontros com lideranças políticas e sindicais. Questões climáticas economia e temas relacionados às mulheres fizeram parte da pauta.

A arquiteta e urbanista foi reeleita vereadora com quase 50 mil votos em 2024. Até Abril do ano que vem, ela pretende integrar o secretariado do prefeito Eduardo Paes . Ambos devem deixar os cargos para concorrer às eleições de 2026. Tainá de Paula é pré-candidata a deputada Federal .


O que pode destacar sobre sua visita a Campos e a região norte Noroeste Fluminense?

Eu aceitei o desafio de reconstruir o estado do Rio de Janeiro. Nós tivemos alguns ciclos muito pulsantes de um estado fortalecido. Não quero aqui fazer uma revisão longa de outras gestões e de outros cenários, mas, sem dúvida alguma tendo em vista o que a gente tem passado Alerj, tendo em vista as últimas notícias na política Fluminense uma figura como eu não poderia ficar encastelada na capital e não passar por territórios, por área, por regiões importantes do nosso Estado , fazendo uma conversa franca com a nossa população.


Quais são as pautas e quais são os projetos mais importantes necessários para esse futuro próximo do Norte e Noroeste Fluminense? 

Tenho ouvido muito a preocupação ambiental e a preocupação com os eventos extremos como a mudança do clima. Essa foi a reclamação de cidades aqui da região. Esse é o desafio de qualquer gestor público nos próximos anos: como é que a gente garante dinheiro, recurso para o saneamento básico? Cidades com índice altíssimo de pessoas nas unidades de saúde com doenças já erradicadas ou associadas a baixa qualidade de água-doenças de veiculação hídrica. A gente tem um problema de saúde pública por conta da mudança do clima, e é uma discussão que precisamos fazer cada vez mais. Esse problema vai ser perpetuar e vai impactar cada vez mais pessoas .


Há argumentos de que a região passou a ter clima semiárido mas o governo federal vetou um projeto de lei sobre esse tema. Como auxiliar produtores rurais afetados?

A gente precisa muito aumentar o investimento no médio e no pequeno produtor rural e agropecuário. A região tem um potencial enorme, inclusive para a agroindústria. A gente precisa falar cada vez mais sobre como beneficiar os alimentos produzidos no nosso campo. É uma tragédia de um termos ainda um polo industrial do tamanho que Campos merece para conseguir beneficiar o que a região produz. Acho que esse é um grande problema, e o presidente Lula, o governo federal, pode auxiliar nesse processo-tanto na formação e capacitação quanto na garantia de investimentos para que pequenos indústrias da agropecuária consigam se estabelecer cada vez mais na região. Esse é um ponto. O outro ponto é como investir mais na qualidade da infraestrutura da indústria. Acho que pensar iniciativas do banco Safra associadas ao BNDES e aos nossos bancos públicos é fundamental. O governo federal estimular uma carteira de oportunidade de investimento, tanto a fundo perdido quanto por financiamento é importante. Mas, sobretudo, estimular que existam projetos e programas locais capaz de captar esse jovem recém-formado ou incentivar o jovem que deseja ser escolarizar.




O cenário político Fluminense envolve denúncias contra parlamentares, como presidente da alerj, Rodrigo Bacelar. Como avalia este momento?


Trágico para o estado do Rio de Janeiro. Eu não comemoro a prisão de ninguém; sou de um partido que viveu um processo de criminalização muito grande e que teve sua maior liderança presa. Então para nós esse é um lugar muito sensível. Processos legais não podem ser influenciados por vontade política ou movimentação política. Portanto, eu não estou feliz com a prisão do Rodrigo Bacelar. Mas é claro que o poder econômico e o poder político, tanto dele quanto do seu grupo afetam e venha afetando muito negativamente a política Fluminense. Eu acredito que tenhamos agora uma janela de oportunidade para refazer esse ecossistema, inclusive dentro de Campos. Novas figuras podem se consolidar; novos deputados estaduais e federais podem adotar a região e construir aqui uma política sólida. E eu estou me colocando à disposição para que a gente reflita sobre isso e participe dessa nova leva de figuras que enxergam Norte Noroeste Fluminense não por uma necessidade eleitoral. Eu sou uma figura muito bem votada na capital do Rio de Janeiro conhecida na baixada Fluminense. Eu entendo que esta é uma região estratégica para consolidar uma política que qualifica leve o nível da política do estado do Rio de Janeiro, e que precisa ser observada como um muita prioridade. Só políticos antenados com o futuro, comprometidos com a política séria qualificada e enraizada na sociedade, serão capazes de liderar esse processo ponto final e é por isso que eu estou me colocando à disposição da região para contribuir e liderar essas questões. Tenho construído uma candidatura para Brasília; sou pré-candidata a deputada federal.


Quando arquiteto e urbanista como a senhora avalia necessidade de conservar os centros históricos de cidades como Campos?

O centro de Campos está relacionado ao setor de comércio e serviços. Como é que a gente estimula e potencializa que Esses prédios possam ser ocupados? Na Cidade do Rio de Janeiro, eu coordenei aprovação do reviver centro, que é Um Projeto de recuperação das áreas abandonadas da cidade essencialmente dos centros urbanos. Isso é fruto de muito debate com empresários, com a sociedade público, mas principalmente com o setor privado que é um dos grandes atores capazes de ocupar esses imóveis desde que existam parcerias público privadas estímulos de potencial construtivo arranjos que incluam até a compra de unidades privadas arruinadas. O poder público pode e deve recuperar esses imóveis e devolvê-los em formato de parceria público privada ponto final existem diversos modelos possíveis, já utilizados em outras partes do mundo, e que cidades como Campos devem replicar.


Como observa a participação feminina na política e o interesse pelo voto feminino ou não?

Eu acredito muito que as mulheres são invisibilizadas no processo político partidário. Elas têm mais dificuldade de estar bem posicionadas dentro de seus partidos, que hoje, em sua grande maioria são cartórios com suas burocracias e com seus poderes e interesses. Essa engenharia faz com que as mulheres já saiam nos processos eleitorais em plena desigualdade em relação aos homens. Existe um lugar da gente ainda não ter conseguido estrutura, de relação três coisas que a ampla maioria das mulheres brasileiras não tem. As mulheres estão precarizadas, tem 2,3 trabalhos. Mais, ao mesmo tempo, eu sinto que as mulheres e as minhas votações expressivas são fruto desse despertar. As mulheres estão cada vez mais atentas. Por mais que elas não estejam em pé de igualdade para estarem em maior número nos parlamentos, continuam pobres vírgulas continuem em ambientes e violência e, portanto, com dificuldade de ser candidatarem mas compreendem bem que algo está acontecendo e esse algo que está acontecendo se chama uma corrente de machismo, de misoginia muito grande, que faz com que elas compreendam, na urna, que é importante eleger mulheres. Mulheres que estejam comprometidas com esse debate. Porque também não é só eleger mulher. É alergia a mulher comprometida com a derrubada do machismo, com a derrubada do feminicídio. Vejo que existe uma tendência de não retorno desse crescimento do eleitorado feminino, com cada vez mais presença e com cada vez mais expressividade nas casas legislativas e nos parlamentos ponto final as mulheres estão sendo cada vez mais recordistas de voto.



Como observa as mulheres negras no cenário da política Fluminense?

Apesar de nós sermos a maioria demográfica e podermos ser lidas como naturais nos parlamentos, nós não somos. Pegando a câmara de vereadores do Rio, elegemos pela primeira vez uma vereadora negra em 1982, no ano em que nasci. Demorou-se 20 anos para eleger a segunda que foi Jurema Batista. Demorou-se 16 anos para elegermos Marielle Franco e depois mais 4 anos para eleger Tainá de Paula. A gente está falando ali de quase 40 anos de distância para conseguirmos eleger três mulheres negras. Isso faz de nós um lugar do vencimento, do máximo que uma mulher negra pode alcançar, mas também nos revela, com muita clareza, o quão distante estamos a democracia de fato, da equidade de direitos e das oportunidades. Será que se nós tivéssemos, em cada lugar, em cada território, em cada favela um lugar de oportunidade para mulheres que se aparecem comigo fizessem política, nós não teríamos mais candidatas e, portanto, mais parlamentares? Eu quero construir esse cenário.



O que gostaria de destacar e que perspectivas tem para o futuro do Rio?

Destacar as minhas preocupações, principalmente com o estado do Rio de Janeiro. Durante alguns ciclos, nós chegamos a dizer que o Estado do Rio de Janeiro estava no fundo do poço e talvez a gente esteja vivendo um momento em que o Estado do Rio de Janeiro esteja num período muito ruim, do ponto de vista político, do ponto de vista econômico, do ponto de vista da sua altivez, da sua autoestima. E aí eu quero dar um recado para o campista: Que ele continue acreditando na boa política. A boa política existe, existem pessoas dedicadas, existem pessoas trabalhadoras existem pessoas que não entraram na política para enriquecer e para fazer o mal. Existem pessoas que são dedicadas e muito determinadas a fazer de sua vida e sua trajetória um instrumento de construção para a melhoria da sociedade mais justa. Destaco que as pautas ambientais, climática, do planejamento Urbano, do desenvolvimento urbano e econômico são as pautas do século XIX . Precisamos resolver as cidades A partir desses lugares de discussão, se não teremos ainda um leito de pobreza mais grave, mas agudo do que já temos. É triste dizer, mas o norte, o noroeste e o Fluminense são regiões que estão nos recordes da agenda social do bolsa família e de todos os outros programas de assistência social do governo federal no estado do Rio de Janeiro. Isso significa dizer que há uma concentração de pobreza muito grande nessa região e uma dependência econômica também muito grande de projetos sociais. Eu acho que, com trabalho coletivo e com uma boa política a gente é capaz de mudar essa realidade.