terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Garotinho acusa 47 deputados de receber mesada na Alerj durante CPI no Senado


O ex-governador Anthony Garotinho (Republicanos) disparou sua metralhadora giratória de acusações durante depoimento à CPI do Crime Organizado, nesta terça-feira (16), no Senado Federal. Garotinho afirmou que 47 deputados estaduais receberiam mesada na Assembleia Legislativa (Alerj), em um suposto esquema de corrupção que, segundo ele, alcançaria também o Palácio Guanabara e empresários.

Segundo Garotinho, as mesadas supostamente pagas na Alerj não seriam iguais para cada deputado. “Vai ter deputado que vai ficar aborrecido quando ver as diferenças”, afirmou o ex-governador, insinuando que a planilha de pagamentos deverá ser revelada em breve, nas investigações da Polícia Federal (PF) que prendeu o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil).


Em sua fala, Garotinho afirmou que todos os detalhes do esquema de corrupção devem aparecer se “a investigação for a fundo”. “Vai mostrar a lamentável situação. Corrupção não tem partido. Tem gente envolvida de todo e qualquer partido. Tem uma lista com 47 deputados que recebem mesada. Vai aparecer, está no telefone dele [Bacellar]”, declarou o ex-governador aos senadores.

Segundo o ex-governador, a captação de recursos para a mesada dos deputados ocorreria por meio de secretarias estaduais e de negócios com empresários, incluindo mecanismos como o diferimento de impostos.

Denúncias envolvendo deputados e licenças

No âmbito da Alerj, Garotinho afirmou que, abaixo de Rodrigo Bacellar, estariam os deputados Fillipe Poubel (PL), Alan Lopes (PL) e Rodrigo Amorim (União Brasil). Ele também insinuou a existência de cobrança de propina para concessão de licenças, afirmando que uma autorização para fornecimento de gás em posto de gasolina poderia custar até R$ 500 mil.

Depoimento na CPI do Crime Organizado

A CPI do Crime Organizado está ouvindo Anthony Garotinho desde às 14h desta terça-feira (16), em reunião no Senado Federal. O convite para a oitiva foi apresentado pelo relator Alessandro Vieira, que argumentou que o ex-governador “detém conhecimento qualificado sobre a dinâmica de atuação do crime organizado e suas possíveis conexões com agentes públicos”.

No requerimento, o senador afirmou ainda que a participação de Garotinho é “imprescindível” para que a comissão aprofunde a compreensão sobre os mecanismos de infiltração do crime organizado em estruturas do Estado e avalie a eficácia das políticas públicas de combate à corrupção institucional.