(Foto: Reprodução Corpo de Bombeiros) |
Bastaram algumas horas de chuva forte na última semana para que o estado do Rio de Janeiro voltasse a se preocupar com alagamentos, enchentes e outros perigos naturais. Nas regiões Norte e Noroeste, a população se viu em alguns apuros por conta da força das águas que invadiu áreas urbanas e rurais. Macaé chegou a ter estado de calamidade pública decretado pela prefeitura. A Defesa Civil estadual se colocou em estado de alerta para prevenir e combater problemas provocados pelas chuvas. O mesmo ocorreu em ações dos municípios.
Defesa Civil
A Coordenação Regional de Defesa Civil visitou alguns municípios e acompanhou a situação em cada localidade. De acordo com o coordenador do Redec Norte, Tenente Coronel Joelson de Oliveira, mesmo com a quantidade de chuva acima da normalidade, a situação está sob controle. As secretarias e coordenadorias municipais de defesa civil estão monitorando os pontos mais vulneráveis e estarão prontos para agir em caso de necessidade.
Em Itaocara, foram constatados pontos de alagamento em ruas do centro, assim como em Cambuci, com aumento da queda de água em uma cachoeira que abastece o córrego Dantas que corta a cidade. Em todos estes pontos a água já escapou e o nível voltou ao normal.
Córrego Danta em Cambuci (Foto: Reprodução Corpo de Bombeiros)
A orientação do coordenador é para as pessoas que residem próximo a encostas de morro, onde a terra pode estar encharcada e o terreno pode vir a ceder. “A previsão é de chuvas até o domingo. Por enquanto está tudo sob controle e dentro da normalidade. Nenhuma pessoa ou casa foi afetada pelas chuvas ou por consequência delas. Estamos monitorando todos os pontos de nossa região”, alertou o Tenente Coronel Joelson de Oliveira.
Campos
Em Campos, segundo a Prefeitura, o local da cidade que mais registrou chuva foi Baixa Grande, com 45 mm neste período. Em Dores de Macabu, a chuva também foi mais forte e alcançou 14,4 mm. Como a previsão é de continuidade da chuva em Campos e região nos próximos dias, a Defesa Civil municipal está em estágio de atenção, embora não tenha havido registro de ocorrências. O órgão pode ser acionado através do telefone 199 ou pelo (22) 98175-2512.
A prefeitura informou, ainda, que a equipe da secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, em parceria com Defesa Civil e superintendência de Limpeza Urbana, realizou recentemente a manutenção e limpeza no sistema de drenagem em ruas da cidade e seguirão de plantão no final de semana.
Para o Carlos Augusto Souto Alencar, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Campos, nesta época ocorre o período mais chuvoso no Norte Fluminense, de outubro a dezembro. Diferentemente do que ocorre na capital do Rio de Janeiro, que é de janeiro a março. “Em Campos, o volume do Rio Paraíba do Sul serve de parâmetro para apontar períodos de seca e de enchentes. Quando o nível do rio se eleva na cidade, é porque recebeu uma carga pluviométrica maior, proveniente do estado de Minas Gerais, principalmente da região da Zona da Mata mineira”, diz.
Ainda de acordo com Alencar, é considerado anormal não chover forte a partir de outubro na região. Esta anormalidade ocorreu nos últimos anos. “Sempre na virada da primavera para o verão chove forte no estado. Cidades como Petrópilis, toda Região Serrana, Angra dos Reis costumam enfrentar enxurradas com freqüência. Macaé por ter um nível mais baixo que o do mar em algumas áreas também fica afetada nessa ocasião”, explica.
Em Campos, segundo o pesquisador do IHGC, há uma vantagem da região ser planície, com exceção do Imbé e Morangaba, quando chove forte, pois a maior parte da população não vive em morros ou perto de encostas. “Há uma desvantagem para quem mora próximo ao Rio Paraíba do Sul e outras áreas ribeiras. Campos foi construída sobre muitas áreas alagadiças como brejos, pântanos e canais. Quando chove forte, o escoamento é mais difícil. “, observa.
Macaé
A Prefeitura de Macaé decretou estado de calamidade na quinta-feira (8). As atividades na rede pública de ensino foram suspensas e a recomendou-se que a população evitasse ações externas nas ruas. Dados da Defesa Civil registram 110 milímetros de chuva. A Prefeitura de Macaé estabeleceu força tarefa no Centro de Convenções para articulação em todo município.
Região Serrana
Força dos rios na região serrana de Macaé ameça ponte de madeira(Reprodução)
Várias regiões estão sendo monitoradas, principalmente em localidades com encostas e próximas dos rios. Em Macaé, no distrito do Sana, vários moradores não conseguiram sair por conta da situação ruim das estradas e falta de visibilidade
Em Lumiar, distrito de Nova Friburgo e vizinho ao Sana e ao município de Casimiro de Abreu, moradores registraram a força das águas que descem pelos rios da região. Em um determinado trecho, o encontro de dois rios causou espanto porque o nível subiu rapidamente. Alguns temeram danos à ponte de madeira da localidade. Motoristas foram aconselhados a não se arriscarem na travessia.
Itaperuna
Alagamento na avenida central de Itaperuna (Reprodução)
Em Itaperuna, o trânsito na área central da cidade ficou complicado com pequenas retenções. Na Avenida Cardoso Moreira, os motoristas precisaram redobrar a atenção por causa do alagamento nas duas pistas. Outras regiões da área urbana também foram afetadas, assim como na periferia e zona rural. O Corpo de Bombeiros atendeu a alguns chamados dos moradores, mas não foi confirmado caso de gravidade, alguns ficaram ilhados em bairros. Do alto dos prédios, dava para ver melhor a dimensão do alagamento no Centro da cidade. Alguns registraram o fato por meio de telefones celulares
BR-101
A Autopista Fluminense, concessionária que administra a BR-101 entre Niterói e a divisa com o Espírito Santo, usou as redes sociais para comunicar que equipes de inspeção de tráfego e do Centro de Controle Operacional atuam em estado de atenção e monitoram o nível dos rios que cortam a rodovia. Para solicitar atendimento e programar viagem, a concessionária pede que o usuário ligue para o seguinte número: 0800 282 0101.
Fonte: Terceira Via