quinta-feira, 29 de novembro de 2018

PF prende Pezão, governador do Rio de Janeiro

(Foto: Mauro Pimentel/AFP)
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), foi preso na manhã desta quinta-feira (29), na capital fluminense. A Polícia Federal realiza ações no prédio do governador e também há agentes no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, e no Palácio Laranjeiras, residência oficial.

O político é suspeito de receber propina. A operação que o prendeu é um desdobramento da Lava Jato, e foi autorizada pelo STJ (Supreior Tribunal de Justiça), onde os governadores têm foro.

Pezão foi acusado pelo delator Carlos Miranda, apontado como principal operador de esquema de corrupção comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral, de receber uma mesada de R$ 150 mil reais enquanto ocupava os cargos de secretário de Obras do Estado e vice-governador.


Há ainda mandados contra o ex-secretário de Obras do estado do Rio de Janeiro Hudson Braga e dois homens apontados como operadores de um complexo esquema de segurança. As operações começaram por volta das 6h da manhã envolvendo pelo menos três viaturas e helicópteros que sobrevoam a região.

Pezão é o terceiro governador do Rio de Janeiro preso e o primeiro em cumprimento do mandato. Os ex-governadores Anthony Garotinho e Sergio Cabral foram presos. Também foram detidos, anteriormente, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (MDB) e vários parlamentares da Casa.

(Foto: Cristina Boeckel/G1)
MENSALÃO DO PEZÃO

Pela delação de Miranda, se somados os oito anos de propina mensal de R$ 150 mil, os dois bônus, o “décimo terceiro” salário e a obra da casa, Pezão teria recebido cerca de R$ 40 milhões em pagamentos indevidos e atualizados. Este mensalão, de acordo com o delator, era repassado por ele a Sérgio de Castro Oliveira, o Serjão, outro operador do esquema, para que fosse entregue a Pezão: “(Serjão) era utilizado para transportar o dinheiro até o Palácio Guanabara, em razão de Serjão ser funcionário comissionado na Secretaria de Governo e dispensar registros na portaria”.

Os recursos, de acordo com Miranda, eram acondicionados em três envelopes azuis para não chamar a atenção. A parte de Pezão era separada, afirmou no depoimento, após o recolhimento de propina nas empreiteiras e outros prestadores de serviços ao estado. Esses pagamentos, de acordo com o delator, começaram em março de 2007 e perduraram até março de 2014, quando Cabral saiu do governo. E foram “religiosamente cumpridos”.









Com Agência Brasil / Reuters / O GLOBO