(Foto: Márcio Alves / Agência O Globo) |
O município de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, publicará ainda esta semana decreto com o tombamento da Casa da Morte — aparelho clandestino de repressão montado pelo Centro de Informações do Exército (CIE) durante a ditadura militar. Com a publicação, o prefeito Bernardo Rossi acata decisão tomada ontem pelo Conselho Municipal de Tombamento que, por quatro votos a três, optou pela preservação do imóvel.
Ao longo dos anos, a casa tem passado por modificações, e um prédio anexo foi desmembrado. Em agosto deste ano, o Ministério Público Federal recomendou maior agilidade no processo de tombamento do prédio.
Com o decreto, é dado um novo passo para a desapropriação da casa, reivindicação de historiadores, órgãos de preservação da memória do período da ditadura e parentes de perseguidos políticos. O grupo defende que seja criado no local o Centro de Memória, Verdade e Justiça, que reunirá acervo sobre tortura nos governos militares e desaparecimento de presos políticos. Centros semelhantes foram criados na Argentina e no Chile, que tiveram ditaduras.
Aparelho clandestino mantido nos anos 1970, o imóvel foi considerado de utilidade pública em 2012. Em 2016, a prefeitura calculou que seria necessário cerca de R$ 1,2 milhão para o pagamento da área, que incluiu o imóvel desmembrado. Outros R$ 600 mil financiariam a implantação do centro de memória. Pelo menos 22 presos políticos teriam sido mortos no local. Apenas a militante Inês Etienne Romeu teria escapado.
Fonte: O Globo