sábado, 15 de fevereiro de 2025

Três anos da tragédia em Petrópolis



A pior tragédia climática da história do município de Petrópolis, que deixou 235 mortos, fará três anos neste sábado (15/02). Em três horas choveu 258,6 milímetros, o que era esperado para todo aquele mês de fevereiro. A chuva devastou o primeiro distrito da cidade. Regiões como o Centro Histórico e o grande Alto da Serra foram as mais atingidas pela tempestade.

Ainda hoje, são mais de 3 mil famílias que recebem o aluguel social referente as chuvas de fevereiro e março de 2022.

Para restaurar o que foi perdido e preparar a cidade para futuras chuvas, foram feitas obras em vários lugares da cidade. Parte das obras ficou de responsabilidade do Estado, parte ficou com o município.



O que foi feito

De acordo com o Governo do Estado, foram realizados por eles obras de contenção de encostas, drenagem e pavimentação em diversos pontos do município.

Avenida Portugal: obras para a recuperação da cobertura vegetal do morro e drenagem.
No bairro Castelânea: Contenção de encostas na Rua Olavo Bilac.
Avenida Washington Luiz: Obras para garantir o tráfego de motoristas e pedestres.
Rio Quitandinha: Recuperação da canalização do rio, com a construção de uma contenção de encostas e a reconstrução de calçadas e pavimentação da via.
Encostas da Rua Tereza: Serviços de demolição de rochas soltas, fixação de maciço rochoso e estabilização.
Além da instalação das 20 sirenes da cidade que podem ser acionadas via rádio, internet ou manualmente para alertar a população.


Desde fevereiro de 2022 o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) atua com o programa Limpa Rio no município. Foram cera de 341 mil metros cúbicos de resíduos retirados com serviços de limpeza e o desassoreamento em uma extensão de mais de 46 quilômetros de rios, lagos, córregos e canais.

Além disso, o Corpo de Bombeiros tem realizado o maior reforço operacional de sua história, investindo mais de R$ 1 bilhão em viaturas e equipamentos modernos. Em Petrópolis, o 15º GBM recebeu mais de 2.090 novos equipamentos. Com 105 bombeiros militares, é a unidade com maior efetivo da Região Serrana.


Em andamento

O Governo do Estado está em reta final da reforma estrutural do Túnel Extravasor com mais de 90% dos serviços concluídos. Equipes da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas trabalham na segunda etapa das intervenções, finalizando a construção da última parede que regula o volume de água que cai no Rio Palatino, além do reforço no bordo de uma contenção.

Após 3 anos de tragédia, ainda há sete obras em execução pela Prefeitura. São elas:

Duas na Castelânea: Uma obra de contenção e drenagem na Rua Primeiro de Maio e a segunda sendo de drenagem na Servidão Modesto Garrido
Três obras no Morro da Ofina: Construção de barreira inelástica e drenagem (na área 2) e drenagem e contenção de encosta (na área 3).
Uma na 24 de Maio: Contenção, drenagem e reconstrução da quadra da Escola Municipal Clemente Fernandes
Além da demolição de resquícios de construções atingidas por deslizamentos e enxurradas em diferentes pontos da cidade.

Ainda de acordo com a Prefeitura, desde os primeiros dias de 2025 a defesa civil realiza vistorias constantes nas comunidades e reuniões de capacitação dos NUDECS, além de constantes testes nas sirenes.

O cell broadcast, chamado de Defesa Civil Alerta, foi implementado em Petrópolis após 2022.


O que será feito

Para o ano de 2025, o Estado informou ao Diário de Petrópolis que estão previstos investimentos de mais R$ 8 bilhões para o Plano de Contingência para Chuvas 2025, para prevenir e mitigar desastres causados pelas fortes tempestades de verão.

Além disso, eles lançaram em outubro de 2024, o projeto Região Serrana Resiliente, que prevê a criação de um posto avançado em Petrópolis para centralizar o trabalho de enfrentamento aos eventos climáticos extremos na região, garantindo ações ainda mais rápidas e eficazes.

Dentre as intervenções previstas, estão o sistema de registro de preços para situações emergenciais como inundações, tempestades e ciclones. A ferramenta visa agilizar os procedimentos de contratação de serviços e aquisição de materiais essenciais às fases de preparação, resposta e recuperação frente a eventos climáticos extremos.


O programa também prevê a expansão da rede hidrometeorológica e aquisição de dois novos radares para envios de alertas de chuvas e tempestades para as regiões Serrana e Sul fluminense.

Também perguntamos à Prefeitura a respeito das obras que ainda não foram iniciadas. Segue o posicionamento do muncípio:

"A atual gestão assumiu a cidade em 01/01/2025 e desde então está em dialogo constante com o governo estadual e federal para a busca de mais recursos para as obras necessárias referentes à resposta as chuvas de 2022 e projetos que aumentem a segurança e resiliência nas comunidades. Atualmente há 7 obras em execução pela prefeitura somando um investimento de quase 35 milhões. Elas acontecem: duas na Castelânea (contenção e drenagem na rua Primeiro de Maio e contenção e drenagem na Servidão Modesto Garrido); três no Morro da Oficina, no Alto da Serra (construção de barreira inelástica e drenagem, ambas na área 2. Drenagem e contenção de encosta, na área 3); na 24 de Maio (com a contenção, drenagem e reconstrução da quadra da Escola Municipal Clemente Fernandes); e demolição de resquícios de construções edificações atingidas por escorregamentos e enxurradas em diferentes pontos da cidade.


Outras 11 obras já estão inscritas em programas federais como o PAC e convênios com o Ministério do Desenvolvimento Regional, que estão em fase de captação de recursos, somando mais de R$60 milhões.

Há também obras que estão sob responsabilidade do estado, que realizou grandes investimentos na cidade, como o Túnel Extravassor e a grande ação do programa Limpa Rio, que vem desassoreando os corpos hídricos que cortam a cidade com o objetivo de ampliar a capacidade de vazão da chuva evitando novas inundações.

Por parte da Defesa Civil, desde os primeiros dias foram realizadas vistorias constantes nas comunidades e reuniões de capacitação dos NUDECS, além de testes nas sirenes com constância. O cellbroadcast, chamado de Defesa Civil Alerta, foi implementado em Petrópolis após 2022 e a cidade se tornou referência em todo o Brasil no uso da tecnologia.

Hoje são mais de 3 mil famílias recebendo da Prefeitura o aluguel social referente às chuvas de fevereiro e março de 2022".