(Foto: Carlos Grevi) |
Uma ação conjunta do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Ministério Público Eleitoral (MPE), e as polícias Civil e Militar, contra fake news, que tinham como alvo uma determinada candidatura, foi deflagrada na tarde desta sexta-feira (27) em Campos. Os agentes cumprem, desde às 16h, 11 mandados de busca e apreensão e, até o momento, pelo menos cinco pessoas foram encaminhados à 134ª Delegacia de Polícia (Centro) para esclarecimentos. Os fiscais também apreenderam na casa dos suspeitos celulares e computadores. A operação ocorreu em bairros como Jockey, Caju, Centro, IPS, entre outros.
Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), foi verificado haver uma rede de apoiadores do candidato Wladimir Garotinho que estaria divulgando, como propaganda eleitoral, fatos inverídicos, em relação a partidos ou candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado. A divulgação, ainda segundo o MPE, que nasceu da página do próprio candidato, foi reproduzida em imagem por seus apoiadores, alguns deles com vínculo direto ao grupo do candidato Garotinho.
Jornais falsos
A promotoria identificou que os sites e perfis “Muda Campos”, “ClickCampos” e “Notícias Campos”, que se apresentam como “jornais”, também expuseram e impulsionaram as fake news e que, mesmo após decisão judicial informando tratar-se de notícia falsa, continuaram divulgando a mesmíssima notícia, com os mesmos assentos e vírgulas da informação repassada pelo candidato, como uma rede organizada para disparar as “notícias”.
Embora tenha sido citado na denúncia do Ministério Público, o ClickCampos emitiu uma nota de esclarecimento. “Não fomos alvo de nenhuma operação do Ministério Público e da Polícia. Qualquer informação com relação a isso se trata de fake news. Prezamos pelo bom jornalismo e adotamos teor crítico em nossas pautas. Não fomos citados ou notificados quanto a isso”, informou a nota.
Facebook dos EUA
A investigação, segundo o MPE, precisou da ajuda da matriz do Facebook Inc, nos Estados Unidos, para conseguir a identificação dos jornais para saber quem criou e explora os jornais anônimos sem CNPJ, sem existência real ou personalidade jurídica. Tais perfis e sites publicavam notícias favoráveis a um candidato escolhido e desfavoráveis ao oponente, inclusive com notícias falsas que eram compartilhadas, difundidas e curtidas por dezenas de outros apoiadores. Um dos suspeitos é o Deivid dos Santos Cruz, administrador das páginas que faziam referência ao jornais “Muda Campos” e “Notícias Campos”, mas que se apresenta publicamente como pintor industrial.
Suspeito já ocupou cargo público
Outro suspeito identificado é Maycon Alves de Morais, que se apresentava como “Jornal Muda Campos”, e que, de acordo com a investigação, ocupou um cargo em comissão na época em que a prefeita era Rosinha Garotinho como Chefe da Divisão de Políticas da Juventude e, logo depois, como Presidente do Conselho Municipal da Juventude. Na visão do MPE, os suspeitos não são jornalistas da imprensa, mas se disfarçavam de jornal legítimo para publicação de fake news, interferindo na campanha eleitoral.
Fonte: Terceira Via