(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente) |
Os problemas na saúde pública no município de Campos foi o principal tema de debate na sessão da Câmara desta quarta-feira (18). Os casos recentes, com a morte de duas irmãs com suspeita de meningococcemia e a morte de Cintia Cristina Ribeiro, possivelmente por falta de atendimento no Hospital Ferreira Machado e no Hospital Geral de Guarus, foram questionados pelos parlamentares.
Gil Viana questionou de quem é a culpa pela falta de atendimento. “A pergunta que fica é a seguinte. A culpa é de quem? Todos nós sabemos. É um absurdo. É lamentável. No HFM e no HGG ela não foi atendida. Foi feito um boletim de ocorrência na delegacia e vamos descobrir a culpa é de quem. Daqui a pouco vai se tornar uma coisa banal. É inadmissível. Ela foi na ambulância da prefeitura para o HGG e não foi atendida. Tinha que ser atendida de imediato”, contou.
“Precisamos saber quem são os responsáveis por essas mortes em Campos. Semana passada foram as duas irmãs. Agora a Cintia. Vamos lutar para que outras mortes dessa forma não aconteçam em Campos”, afirmou Neném.
O parlamentar Abdu Neme citou que a crise economia contribuiu para a superlotação nos hospitais públicos. “Estamos passando por uma crise e muitos campistas estão desempregados e perderam os planos de saúde, por exemplo. A demanda nos hospitais públicos já estava insuportável e agora ficou ainda pior. Conversei com funcionários do HGG e fiquei sabendo que o hospital está superlotado. A prefeitura de Campos não tem condições de segurar tudo. Os governos, estadual e federal, têm responsabilidades também pela saúde. Pacientes estão morrendo no Brasil todo”, frisou.
“Nós sabemos o que acontece nos corredores dos hospitais. Mas, nesse caso percebemos que a culpa é mais do poder público do que dos médicos. Essa senhora fez uma caminhada até chegar a morte. É uma má gestão na administração dos hospitais e o responsável por isso é o poder público. Esses problemas estão acontecendo com frequência na cidade. O atendimento está de péssima qualidade. Nos finais de semana os pacientes ficam sentados do lado de fora do HGG segurando o soro. Não está dando tempo de salvar os pacientes”, afirmou Genásio.
Rafael Diniz contou que o problema na saúde pública não é a falta de dinheiro. “Precisamos saber o porquê esse descaso. Ela não chegou sozinha ao HFM e ao HGG. Ela estava na ambulância da prefeitura. Precisamos saber a responsabilidade dessa gestão. A saúde está um caos há sete anos e não é por falta de dinheiro. Foram três empréstimos. E não pode colocar esse dinheiro na saúde? O governo municipal “vende o futuro” para ter dinheiro de sobra, mas não investe onde precisa”, concluiu.
“Os hospitais públicos estão cheios, porque os hospitais filantrópicos não receberam da prefeitura e não podem atender” lembrou Nildo Cardoso.
“De 2009 para cá aumentou o número de leitos nos hospitais de Campos e outras cidades da região Norte não têm leitos. Então, esses pacientes vêm para nossa cidade. Campos é considerada pelo Ministério da Saúde como uma das cidades que mais investe nesse setor. Campos é modelo em vacinação”, ressaltou Paulo Hirano.
Fonte: Terceira Via