(Foto: Ralph Braz) |
O Movimento Educadores de Campos em Luta CSP-CONLUTAS, formado por professores e demais profissionais da educação, que tem como objetivo a mobilização pela base e como único foco a defesa da educação pública gratuita e de qualidade, expressa em nossa pauta de reivindicações, construída coletivamente, vem por meio desta, esclarecer os seguintes pontos levantados pela imprensa da cidade que tenta distorcer os fatos:
- SAERJ(Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro, criado em 2008) e Prova Brasil:
Estes sistemas de avaliação externa não é atribuição de nenhum profissional da educação! Seu único objetivo é desresponsabilizar os governos pela atual e precária situação da educação e culpabilizar os professores pelos baixos rendimentos dos alunos. Além disso, tais sistemas ferem a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), já que esta garante ao professor autonomia pedagógica para avaliar seus alunos. Também somos contra o caráter padronizador destes exames que ignoram as diversas realidades dos alunos. Outra questão fundamental é que a Prova Brasil define o índice do Ideb e, como é largamente difundido, nosso município ficou em último lugar no ranking do estado (composto por 92 municípios), e, em vista disso, o governo criou um sistema de gratificação para o professor que conseguir se virar nos trinta e aumentar o índice. Dessa maneira, entendemos que o professor deve se recusar a aplicar uma prova que só alimenta a meritocracia e incita a competição entre os nossos colegas de profissão. Somos professores! Nossa função é ensinar! Não somos fiscais de provas externas!
- Aula de português: Boicote ou fraude?
Integrantes do Movimento Educadores de Campos em Luta foram acusados de planejar fraude do SAERJ e da Prova Brasil. Segundo o dicionário, a palavra “boicotar” significa: fazer oposição por meio de recusa sistemática de relações sociais ou comerciais; já a palavra “fraude” significa: engano, burla, logro, contrabando. Portanto, há uma gritante e gigantesca diferença entre boicote e fraude. Nosso movimento não engana a categoria! A decisão de boicotar tais sistemas de avaliação é respaldada nos princípios da legislação da educação e representa uma bandeira histórica da categoria, não só de Campos dos Goytacazes, mas do país inteiro!
Entendemos, portanto, que esta é mais uma, entre tantas estratégias desesperadas empreendidas pelo governo municipal, que utiliza de órgãos de imprensa para retirar de cena os reais e principais motivos que levaram a milhares de profissionais da educação às ruas:
- Escolas e creches em situação precária, com péssimas condições de estrutura física e pedagógica;
- Número insuficiente de creches para atender à demanda do município;
- Baixíssimos salários dos profissionais da educação;
- Falta de autonomia pedagógica, pois o material didático do município é fornecido por uma empresa privada que suga a verba municipal, enquanto o MEC fornece material gratuitamente;
- Falta de gestão democrática nas escolas e creches do município, já que não são os profissionais da educação que escolhem os diretores das unidades! E também não queremos eleição por lista tríplice!
- Não cumprimento da lei federal 11.738/2008 que prevê a redução de 1/3 da carga horária do professor para planejamento fora de sala de aula.
Nosso movimento é legítimo e tem muito orgulho de estar mudando os rumos da história deste município! E nenhuma ameaça ou difamação irá calar a nossa voz! Os profissionais da educação levantaram a cabeça, saíram da inércia e romperam com a ditadura do medo e do silêncio! Queremos trazer as esperanças de junho para a educação de Educação em Campos dos Goytacazes RJ.
Fonte: Blog Fernando Leite