(Foto: Ralph Braz) |
Mais de 80% dos atendimentos clínicos, ambulatoriais e cirúrgicos do Hospital Escola Álvaro Alvim, em Campos, serão suspensos a partir de segunda-feira (23 de setembro). Os médicos que atendem no hospital alegam que a decisão foi tomada por causa das péssimas condições de trabalho e porque o Sistema Único de Saúde (SUS) não efetua o repasse da verba para a compra de material e o pagamento dos funcionários terceirizados, desde dezembro de 2012.
Segundo os médicos, eles se reuniram na última sexta-feira (20) e decidiram que entrarão em greve. Ao todo, a população deixará de receber atendimento médico em doze especialidades.
“A gente já vem se reunindo há mais de três meses. Infelizmente, a situação está insustentável, e a partir de segunda, iremos parar de trabalhar por tempo indeterminado”, afirmou o cirurgião geral Herbert Rosa.
Outro médico do Álvaro Alvim informou que praticamente todo o serviço de alta complexidade será paralisado. “A população, mais uma vez, vai sair prejudicada. É lamentável que a situação tenha chegado a este ponto. Não temos sequer gaze para os procedimentos cirúrgicos. Como podemos trabalhar desta forma?”, questiona.
Os equipamentos cedidos e alugados ao hospital já estão sendo retirados e desativados pelos fornecedores. “A situação é de calamidade. Certamente todos os serviços serão prejudicados, mas os setores de tomografia, ultrassonografia e mamografia, serão os principais”, advertiu Herbert Rosa.
O repasse da verba do SUS é feito pelos governos federal, estadual e municipal, mas, de acordo com os grevistas, cabe à prefeitura de Campos e à Fundação Benedito Pereira Nunes darem uma previsão de quando os problemas serão solucionados.
A equipe de reportagem do jornal Terceira Via entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura e da FBPN, mas até o momento não obteve resposta.
Fonte: Terceira Via