(Foto:Marco Oddone) |
Turistas e compradores têm deixado de vir a Petrópolis, "especialmente nos fins de semana, quando o tráfego é mais intenso na rodovia”. É o que alegam empresários e a Arte, que cobram providências da concessionária responsável pelo trecho - Concer, e afirmam ainda que os atrasos estão afastando turistas e clientes da cidade.
Para se ter uma ideia da dimensão do problema, o volume de trânsito que passa anualmente pela praça do pedágio localizada em Xerém, em Duque de Caxias, aumentou nada menos que 306% entre 1996 e 2011, segundo dados da Concer. “Na última sexta-feira, eu fiquei mais de quatro horas preso em um congestionamento, logo após o pedágio. Na semana anterior, a mesma coisa. Há 23 anos eu subo e desço a serra de Petrópolis toda semana. Nunca vi a BR-040 em condição tão lastimável. Dá pena colocar o carro ali. O carro balança como se estivesse em uma estrada de terra. Se eles querem fazer a recuperação, ela deve ser feita na pista inteira e não apenas em alguns trechos, atrapalhando a vida do usuário, enquanto o problema persiste”, relata o empresário Geraldo Techara, se referindo às obras de recuperação de pavimento que a Concer vem realizando, especialmente na altura do quilômetro 100 da pista de subida, logo após o pedágio.
Para a empresária Lúcia Medeiros, os prejuízos já podem ser sentidos no comércio local. “Eu tenho notado uma queda no número de turistas. Ainda mais com o polo de moda em Duque de Caxias, que retém os compradores na Baixada. Além disso, ouvi muitos relatos de clientes reclamando de ter de subir a serra e passar horas em uma viagem cansativa”, afirmou. As preocupações de Geraldo e Lúcia já foram identificadas pela Associação da Rua Teresa - Arte, que vem coletando assinaturas de turistas para cobrar melhorias da concessionária que administra o trecho Rio-Juiz de Fora, além da construção da nova pista. “Até o momento, temos 340 assinaturas, coletadas entre turistas e compradores. Os congestionamentos na serra chegaram em um nível intolerável. Outro dia, ouvi de um cliente que nunca mais subiria a Petrópolis no sábado, depois de ter passado mais de quatro horas preso no trânsito. Esse ainda resolveu passar a vir a cidade em outro dia da semana, mas e os que resolveram não voltar mais?”, questionou o diretor financeiro da Arte, Rafael Corrêa.
Para o representante da Arte, não é apenas o empresário da Rua Teresa que vem perdendo, mas também os donos de pousadas, restaurantes, mercados e padarias. “Muitos clientes costumam vir na sexta, para jantar em Itaipava, dormir em um hotel da cidade, comprar na Rua Teresa durante o sábado, almoçar em algum restaurante do Centro Histórico, para só então ir embora. Mas é justamente nos dias de pico, quinta, sexta-feira e sábado, que os congestionamentos mais intensos têm ocorrido”, explica Corrêa.
Fonte: Tribuna de Petrópolis