A equipe de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo foi abordada por três supostos traficantes, na manhã desta segunda-feira,7, enquanto circulava pela Vila dos Pinheiros, uma das 15 favelas do Complexo da Maré (zona norte do Rio) ocupadas pelas forças de Segurança Nacional.
Os jornalistas estavam dentro do carro de reportagem, com identificação, quando três rapazes deram sinal de parar. A abordagem ocorreu por volta das 10 horas, numa rua paralela à Linha Vermelha, uma das principais vias expressas da cidade.
As duas vias são separadas apenas por uma mureta divisória. O local fica a cerca de 200 metros da praça da Vila dos Pinheiros, onde havia militares da Marinha e policiais militares. É a mesma praça onde foram hasteadas as bandeiras do Brasil e do Estado do Rio e onde foi montada a base do Batalhão de Choque da PM depois da ocupação da Maré, na madrugada do dia 30 de março.
Um dos jovens, que estava com uma arma na cintura, perguntou o que os repórteres estavam fazendo. Depois que os jornalistas disseram que estavam procurando viaturas das Forças Armadas patrulhando a região para fazer fotos, outro rapaz, que segurava um radiotransmissor, disse que “estava tudo tranquilo”. E pediu para que os repórteres não fizessem fotos do trio. O carro, então, foi autorizado a seguir viagem, mas foi seguido por alguns minutos por um dos rapazes (o que estava armado) de bicicleta.
A Vila dos Pinheiros é uma das dez favelas da Maré dominadas pela facção Terceiro Comando Puro (TCP). Desde sábado, está sendo patrulhada por fuzileiros navais. A Marinha também ficou responsável pelo policiamento nas favelas Vila do João, Conjunto Novo Pinheiro (Salsa e Merengue), Conjunto Pinheiros e Conjunto Esperança.
Fonte: Em Resumo
