Conhecido pelos escândalos que levaram o Estado do Rio de Janeiro da forma mais negativa às manchetes nacionais, com a prisão do ex-governador Sérgio Cabral e o afastamento do ex-governador Wilson Witzel (PSC) , o empresário Mário Peixoto, preso na Operação Favorito, deixou seus rastros também em Quissamã, onde seis vereadores entraram com requerimento junto à Prefeitura pedindo cópias dos contratos das empresas Multiprof e Envisa que prestavam serviços ao município à época do prefeito Armando Carneiro (PSC).
O assunto foi tratado na sessão do último dia 13 na Câmara de Quissamã pela vereadora Simone Flores (DEM).
Os contratos, segundo a vereadora, foram assinados para prestação de serviços com a prefeitura na área da Saúde, entre outros setores. Na época, a secretária municipal de Saúde era Alexandra Moreira, mulher do ex-prefeito, hoje exercendo mandato de vereadora.
Após a saída da empresa, o problema maior foram os cerca de R$ 2 milhões que a Prefeitura deve às duas prestadoras de serviço, transformados em precatórios que pesarão no bolso do contribuinte. As cooperativas, que atuavam em vários setores do município, também deixaram passivo de dívidas junto a trabalhadores.
A prefeitura ainda não respondeu aos requerimentos com pedidos de informações de seis vereadores.
O Ministério Público Estadual inclusive já propôs uma ação de improbidade que tramita na comarca de Quissamã/Carapebus. O processo de nº 0001255-03.2018.8.19.0084, distribuído em 2018, tem como réus o ex-prefeito Armando Carneiro e a Multiprof, por violação de princípios administrativos.
— A população de Quissamã exige explicações. Afinal, R$ 2 milhões é dinheiro suficiente para comprar 10 ambulâncias equipadas, 66 carros de assistência à saúde ou 22 casas populares — disse a vereadora.
As empresas de Mário Peixoto também atuavam em várias outras prefeituras fluminenses onde há histórias semelhantes que foram parar também na Justiça.