quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Casa e gabinete de Crivella são alvos de operação contra esquema de corrupção no Rio

(Foto: Tomaz Silva | Agência Brasil)
A casa e o gabinete do prefeito Marcelo Crivella são alvos de uma operação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira. O celular de Crivella foi apreendido. Os agentes cumprem um total de 22 mandados de busca e apreensão expedidos pela desembargadora Rosa Maria Helena Guita, relatora do caso no Tribunal de Justiça. Equipes também estão em endereços ligados ao ex-senador Eduardo Lopes, ao empresário Rafael Alves e a Mauro Macedo, ex-tesoureiro da campanha de Crivella ao Senado.

A operação é um desdobramento da Operação Hades, que ficou conhecida como "QG da Propina”, um suposto esquema de cobrança de propina para a liberação de pagamentos da Prefeitura do Rio de Janeiro. A primeira operação, em 10 de março, mirou o ex-presidente da Riotur Marcelo Alves; o irmão dele, Rafael Alves; e o empresário João Alberto Felippo Barreto, o João da Locanty, todos suspeitos de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Um carro da Polícia Civil deixou o Palácio da Cidade, em Botafogo, por volta de 7h20m. Uma equipe da Polícia Civil também esteve no condomínio onde mora o prefeito Marcelo Crivella, na Península, na Barra da Tijuca. Crivella acompanhou as buscas, entregou o celular e depois saiu para cumprir agenda externa. Pouco antes das 7h, três carros da Polícia Civil — do Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) — chegaram à sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova. Dois entraram pela lateral do prédio, enquanto o terceiro ficou estacionado na porta principal e, às 8h40m, ainda estavam no local.

Rafael Alves, irmão do ex-presidente da Riotur Marcelo Alves, é empresário e foi citado em delações como suposto pagador de propina para a prefeitura e a Crivella.

Eduardo Lopes foi senador do Rio de Janeiro pelo Republicanos, ao herdar o mandato de Crivella - que saiu para concorrer à Prefeitura do Rio, e foi secretário de Pecuária, Pesca e Abastecimento de Wilson Witzel.

Já Macedo foi tesoureiro da campanha de Crivella ao Senado, em 2008, e foi citado em uma delação sobre o esquema de propina envolvendo a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado, a Fetranspor.

O advogado do prefeito Marcelo Crivella, Alberto Sampaio, disse que o mandato tinha o objetivo de apreender celulares, notebooks e documentos. Ele no entanto não confirmou se algo foi mesmo recolhido.

— O prefeito está tranquilo e saiu pra cumprir agenda. Ainda não sabemos o teor da denúncia — disse o advogado. — Acabo de pedir eletronicamente o acesso aos autos.

Endereços residenciais e funcionais.

As diligências estão sendo cumpridas em endereços residenciais e funcionais de agentes públicos municipais e empresários na capital, nos bairros da Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Tijuca, Flamengo, e em Itaipava e Nilópolis. Segundo o MP, o procedimento policial está sob sigilo.






Fonte: Extra