A síndrome do pânico, quando não tratada, pode trazer riscos capazes de comprometer seriamente a qualidade de vida do indivíduo afetado. Além disso, é comum que outras doenças e fobias nasçam de um pânico que não foi devidamente tratado, dificultando ainda mais o tratamento e podendo levar a pessoa ao suicídio.
Uma crise de pânico provoca um sofrimento incontrolável, causando diversas reações físicas (taquicardia, sudorese, tremor, desmaio, falta de ar) e emocionais (medo da morte iminente, sensação de perda de controle, de desamparo, medo de que uma tragédia aconteça).
Para piorar, esse sofrimento se estende para os momentos em que a pessoa está fora da crise. Isso porque o medo de que as crises voltem a acontecer e a falta de controle sobre elas, muitas vezes causam mais sofrimento do que a própria crise. É o medo do medo. É neste ciclo que as outras doenças e fobias começam a se manifestar. Entenda.
Agorafobia
Para se proteger, a pessoa passa a evitar situações e lugares que possam representar algum tipo de perigo. Ela tem medo e se sente ansiosa em lugares em que acredita que não será capaz de sair se algo acontecer – o que pode, em poucos segundos, desencadear uma crise de pânico.
Assim, ela pode evitar supermercados, cinemas, lugares longe de casa, ambientes fechados e lotados, filas de banco, elevadores, túneis e aviões. Esses são os sintomas gerados pelo pânico não tratado, uma fobia chamada Agorafobia, que é a uma evolução do quadro da Síndrome do Pânico.
Quando as crises não são tratadas com um profissional, esses mecanismos de proteção criados pela pessoa ganham cada vez mais força, e ela passa a acreditar que deve realmente evitar algumas situações e lugares para se manter segura. Com isso em mente, ela deixa de ir ao trabalho, à faculdade, de sair com os amigos, de dirigir, de viajar, de ir ao mercado e cumprir suas tarefas. Como resultado, ela se isola completamente do mundo.
Síndrome do pânico e depressão
É importante entender que, apesar de serem doenças diferentes, é possível ter síndrome do pânico e depressão juntas. A síndrome do pânico é alimentada pelo medo irreal e pela ansiedade súbita, enquanto a depressão existe a partir de um sentimento de tristeza permanente no qual não há mais vontade de viver.
Uma das coisas em comum entre as duas doenças é que ambas têm como sintoma principal a negatividade. Uma enxerga o lado negativo, enquanto a outra teme o negativo. Do aspecto neurológico, as duas apresentam falhas na comunicação cerebral, desregulando hormônios que têm funções importantes para a vida, como a serotonina e a adrenalina. Por essa razão, muitas vezes as doenças são tratadas com medicamentos similares.
A depressão pode desencadear a síndrome do pânico, e vice-versa. Uma pessoa que vive crises de pânico e se afasta do convívio social pode se tornar uma pessoa deprimida, ao mesmo tempo em que uma pessoa que só enxerga o lado negativo das coisas pode facilmente criar medos irreais. Além disso, a depressão também apresenta fortes sintomas de ansiedade, que podem despertar uma crise de pânico.
Por isso, se você apresenta sintomas de síndrome do pânico ou de depressão, procure ajuda profissional. Quanto mais rápido você iniciar um tratamento, menores serão as chances de a doença se agravar e, especialmente, de desenvolver quadros mais complexos. Além da ajuda médica, vá em busca de autoconhecimento, olhe para sua história de vida, perdoe quem lhe machucou, perdoe-se e reassuma o controle sobre sua vida.