(Foto: Paulo Pinheiro) |
A Polícia Federal, com o apoio da Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária e do Ministério Público Federal, deflagrou na manhã desta sexta-feira (8), em Campos e região, a Operação Cardiopatas, em combate à corrupção de servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a fraudes previdenciárias, cujo prejuízo à Previdência ultrapassa R$ 4,3 milhões. Ao todo, 50 mandados — 12 de prisão preventiva, três de prisão temporária, 20 de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão — estão sendo cumpridos em diferentes bairros de Campos, inclusive na Pelinca, São João da Barra e Casimiro de Abreu. Pelo menos três médicos foram presos e um detido e prestam depoimentos na delegacia da PF. Outras pessoas, entre elas pacientes, também foram conduzidas à delegacia e algumas já liberadas após prestarem esclarecimentos.
A ação contou com 120 policiais federais e dois analistas de inteligência previdenciária. Policiais do Rio de Janeiro dão apoio à operação, que teve início na madrugada desta sexta-feira. Dos 50 mandados, pelo menos 20 já foram cumpridos. De acordo com a PF, entre os investigados estão técnicos do seguro social, médicos peritos, médicos particulares, agenciadores de benefícios e clientes da organização criminosa. Três mulheres presas, cujas identidades não foram divulgadas pela PF, foram levadas ao Instituto Médico Legal (IML) de Campos para exames de corpo de delito e depois encaminhadas para o presídio feminino Nilza da Silva Santos.
“No curso da investigação foram comprovadas fraudes em 34 benefícios por incapacidade, entre auxílios-doença e aposentadoria por invalidez, gerando um prejuízo apurado de pelo menos R$ 4.373.151,04 à Previdência. Os investigados responderão pelos crimes de estelionato previdenciário, corrupção passiva e ativa, peculato e violação de sigilo funcional”, informou, em nota, a Polícia Federal.
O nome da operação se deve ao fato de a maioria dos beneficiários cooptados pela organização criminosa terem simulado miocardiopatia dilatada ao INSS, com base em documentos médicos ideologicamente falsos.
Fonte: Folha da Manhã